Economia

Defasagem da gasolina no Brasil já é a maior em 14 meses; Petrobras (PETR4) vai subir os preços?

28 jul 2023, 14:28 - atualizado em 28 jul 2023, 14:28
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A Petrobras deixou de usar a política de paridade de importação em maio deste ano. (Imagem: Agência Petrobras)

No último mês, o barril do petróleo voltou para o patamar dos US$ 80, colocando em xeque a nova política de preços da Petrobras (PETR3; PETR4).

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) desta sexta-feira (28), a gasolina comercializada pela Petrobras já acumula uma defasagem média de 24%. Trata-se da maior diferença em pouco mais de 14 meses.

Isso significa que a Petrobras precisaria elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,77, caso queira igualar com o mercado internacional.

No dia 13 de maio de 2022, a gasolina brasileira estava 22% abaixo do preço internacional – na época, a Abicom considerava o preço médio geral de todas as petrolíferas. Atualmente, a associação separa a Petrobras do preço nos demais polos.

Antes disso, entre os dias 03 e 09 de março de 2022, o preço do combustível registrou defasagem de até 30%. Nos últimos dias, a defasagem no preço da gasolina da Petrobras tem se mantido acima dos 20%.

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Petrobras: Hora de elevar os preços?

Se optar por não reajustar os preços dos combustíveis aos consumidores, a Petrobras pode sair no prejuízo por ter abandonado a política de paridade de importação (PPI).

Segundo Bruno Pascon, sócio fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), se a Petrobras não tiver mais espaço para aumentar a utilização do refino, ela terá que recorrer à importação.

No entanto, se a petroleira importar sem reajustar os preços ao consumidor, ela pode sair no prejuízo, devido à defasagem em relação à cotação internacional.

A companhia deixou de usar a sua PPI em maio deste ano. A nova estratégia comercial usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.

“O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”, dizia o comunicado da empresa. “Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dada as diversas alternativas para a companhia, dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.”

Com isso, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio. A avaliação do mercado é de que essa nova política é pouco transparente.

*Com Giovana Leal

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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