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Demanda chinesa por petróleo está quase nos níveis pré-crise de vírus

18 maio 2020, 9:57 - atualizado em 18 maio 2020, 10:27
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O petróleo WTI, que há um mês era negociado em território negativo, disparou na segunda-feira e chegou a ser negociado acima de US$ 30 o barril (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)

A demanda chinesa por petróleo está quase nos níveis vistos pela última vez antes de Pequim impor um isolamento nacional para combater o surto de coronavírus, segundo pessoas com conhecimento das operações do setor de energia do país.

A China é a segunda maior consumidora de petróleo do mundo, atrás apenas dos EUA, e a rápida recuperação do país ajudou a reduzir a oferta no mercado de petróleo mais cedo do que o esperado.

O petróleo WTI, que há um mês era negociado em território negativo, disparou na segunda-feira e chegou a ser negociado acima de US$ 30 o barril.

Em uma virada impressionante depois que a demanda chinesa caiu cerca de 20% quando o país paralisou as atividades em fevereiro, o consumo de gasolina e diesel se recuperou totalmente com a reabertura de fábricas e passageiros que preferem usar o carro em vez do transporte público, segundo pessoas que não quiseram ser identificadas.

Calcular o nível exato da demanda chinesa por petróleo em tempo real é um exercício difícil, mas executivos e operadores que monitoram o consumo do país disseram que o volume está em cerca de 13 milhões de barris por dia, pouco abaixo dos 13,4 milhões de barris diários em maio de 2019 e 13,7 milhões de barris por dia em dezembro de 2019.

O número total seria maior se não fosse pela demanda por combustível de aviação, que ainda está bem abaixo do nível de um ano atrás, disseram.

A Agência Internacional de Energia, que publica estimativas de oferta e demanda, é muito mais pessimista sobre o consumo chinês.

Em relatório da semana passada, a agência estimou que o gigante asiático consumiria menos petróleo todos os meses ao longo deste ano do que durante o mesmo período de 2019.

Nos últimos dias, refinarias de petróleo chinesas iniciaram uma onda de compras de barris no mercado físico, o que ajudou a recuperação dos preços. “Os chineses estão comprando tudo o que veem pela frente”, disse um executivo de uma grande trading.

Os preços dos tipos de petróleo preferidos entre refinarias chinesas, que incluem o do campo de Lula, Djeno da República do Congo e Omã, se recuperaram em maio.

Há um mês, o tipo Lula era negociado com desconto de cerca de US $ 6 o barril em relação ao Brent. Na segunda-feira, uma empresa chinesa comprou uma carga com prêmio de US$ 1 a US$ 1,50 por barril em relação ao Brent, disseram operadores.

“A demanda por petróleo na China começa a mostrar sinais otimistas de recuperação total, liderada pelo diesel”, disse Liu Yuntao, analista da consultoria londrina Energy Aspects.

As refinarias independentes do país, conhecidas como bules de chá, processam petróleo a uma taxa recorde de quase 75% da capacidade, muito acima dos 60% de um ano atrás. Os bules têm capacidade combinada de refino de cerca de 4 milhões de barris por dia, representando 25% do total da China.

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“A demanda por petróleo na China começa a mostrar sinais otimistas de recuperação total, liderada pelo diesel”, disse Liu Yuntao, analista da consultoria londrina Energy Aspects (Imagem: REUTERS/Angus Mordant)

A Sinopec, gigante estatal que é a maior refinaria do país, com cerca de 5,8 milhões de barris por dia de capacidade, também aumenta a quantidade de petróleo processada.

A PetroChina, que opera cerca de 4 milhões de barris por dia, até agora não aumentou as taxas na mesma medida.

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