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Deutsche Bank afirma que criptomoedas nacionais irão substituir o dinheiro físico no futuro

13 nov 2020, 11:04 - atualizado em 13 nov 2020, 11:17
A mudança nas relações comerciais e econômicas trazidas pela pandemia da COVID-19 também apresentou desafios a muitos países que, apesar das iniciativas, ainda parecem estar longe de emitir uma CBDC (Imagem: Unsplash/@cmophoto)

Moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) irão substituir o dinheiro em espécie, segundo a equipe de pesquisa do Deutsche Bank.

Na edição mais recente da revista “Konzept”, publicada nessa terça-feira (10), o banco afirmou que a pandemia do coronavírus acelerou o uso de pagamentos digitais em vez de dinheiro e a tendência resultará em uma substituição do dinheiro por CBDCs.

Porém, muitos países estão atrasados no progresso de emitir sua criptomoeda, afirmou Marion Laboure, estrategista macro do Deutsche Bank.

China e Suécia, por exemplo, são referência no desenvolvimento de criptomoedas. Porém, se outros países não seguirem o ritmo, “poderão descobrir que suas empresas serão obrigadas a adotar criptomoedas e políticas de outros países como meios de pagamento”, explicou ela.

Os EUA e a Europa, em especial, precisam acelerar o ritmo, segundo Laboure, pois seu desenvolvimento nessa área está “muito lento”. Embora ambas as regiões já estejam estudando CBDCs, parecem não estar com pressa de emitir uma criptomoeda nacional.

Sem pressa: Banco Central Europeu
ainda vai decidir se emitirá euro digital

Laboure afirma que países precisam dar prioridade à implementação de sistemas digitais de pagamentos, senão ficarão para trás na corrida da inovação (Imagem: Pixabay/crypto_suite)

Principais desafios

Laboure disse que nações desenvolvidas precisam superar dois principais desafios para a emissão e adesão de CBDCs: baixas taxas de juros e normas culturais e de privacidade.

CBDCs podem auxiliar o atual contexto de taxas de juros reais negativas, segundo ela:

Isso porque, atualmente, consumidores têm poucos incentivos para depositar ou poupar dinheiro. Então, tirar dinheiro debaixo do colchão e colocá-lo em uma conta bancária é algo que não poderá acontecer (em grande escala) a curto prazo.

De forma parecida, com contas bancárias que cobram baixas taxas de juros, uma CBDC pode ajudar a desintermediar o sistema bancário. As pessoas podem não escolher armazenar seu dinheiro diretamente com o banco central.

Em relação à privacidade, Laboure disse que as perspectivas sobre esse assunto variam de cultura para cultura. Na China, por exemplo, apenas 1/10 dos participantes da pesquisa do Deutsche Bank se preocupa com a anonimidade e rastreabilidade.

Por outro lado, cidadãos de países mais avançados “estão mais preocupados com a privacidade”, afirmou ela, citando a pesquisa.

Criptoativos: utopia ou distopia?

O desenvolvimento de CBDCs levará um bom tempo, então países devem priorizar seus sistemas digitais de pagamento, segundo Laboure.

Nações europeias, por exemplo, devem ter uma solução independente de pagamentos, parecido com o sistema Swish da Suécia.

“De região para região, o uso de smartphones, a implementação da tecnologia 5G e o avanço da tecnologia de registro distribuído [DLT], ou blockchain, podem abalar o sistema tradicional de pagamentos em cartão”, explicou Laboure.

Confira, abaixo, a edição mais recente revista Konzept do Deutsche Bank:

“Dinheiro: o dinossauro vai sobreviver…
por enquanto”, afirma Deutsche Bank

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