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Direto de Cannes: Entre Beyoncé e Baco Exu do Blues, Cannes foi de Baco

19 jun 2019, 19:30 - atualizado em 19 jun 2019, 19:49
(Imagem: Giovanna Ricci)

Por Giovanna Ricci – Jornalista com expertise em propaganda há mais de uma década em grandes agências 

Hoje foi um dia mágico para o Brasil em Cannes. O videoclipe criado numa parceria entre a AKQA, a Stink Films e o Coala Festival para promover o álbum Bluesman, do Baco Exu do Blues, ganhou o prêmio máximo da categoria “Entertainment for Music”, o Grand Prix.

Para quem não está familiarizado com os termos do festival, ganhar um leão, seja ele de ouro, prata ou bronze, é algo tão significativo quanto um Oscar para Hollywood. Não, não é exagero. Parece, mas não é. Apesar do festival estar numa fase menos valorizada, ele ainda é a principal ferramenta de avaliar a criatividade do mercado publicitário.

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E numa disputa entre Baco Exu Do Blues e Beyonce, quem se deu melhor foi o curta criado para promover o disco do rapper brasileiro. A comoção em torno do prêmio, até então inédito para o Brasil, estava grande. No auditório da premiação, a equipe envolvida estava completa. Os jornalistas estavam em fila para falar com os envolvidos e fazer fotos. Até o momento em que escrevo essa nota, esse era o único Grand Prix do Brasil na competição.

E Bluesman é um case especial. O projeto é uma ode à cultura negra e à luta contra o preconceito racial. É um curta metragem que foi criado no ambiente publicitário e que ganhou destaque na imprensa nacional e internacional. É o tipo de peça que marca um momento e um movimento importante. Seja pela causa, que é mais do que urgente, seja pela conversão entre publicidade e entretenimento.

(Imagem: Giovanna Ricci)

Em tempo, também ganhou o Grand Prix da mesma categoria o videoclipe This Is America, do Donald Glover. Mas nesse caso, teve um super bafafá. Um publicitário de Recife foi quem fez a inscrição do case. Para muitos jornalistas ele deu entrevista falando que participou da produção e que era muito próximo ao pessoal da produtora que fez o clipe, a Doomsday de Los Angeles.

O que se sabe até o momento é que o prêmio que tinha sido atribuído ao Brasil, será contabilizado para os Estados Unidos e que a produtora de Los Angeles esclareceu que o brasileiro “se equivocou na inscrição e que não teria qualquer direito sobre o filme”. Essa virou a notícia mais quente do Festival entre os brasileiros. Delegados e imprensa só falavam sobre isso. Nem tudo são flores em Cannes… o Oscar da publicidade também tem fofoca e bafafá.

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