Economia

Dívida pública federal sobe 1,57% em agosto, diz Tesouro

27 set 2021, 14:43 - atualizado em 27 set 2021, 15:12

A dívida pública federal do Brasil subiu 1,57% em agosto sobre julho, a 5,481 trilhões de reais, em mês de forte protagonismo das emissões de títulos atrelados à Selic, em meio ao aperto monetário conduzido pelo Banco Central.

Conforme dados divulgados nesta segunda-feira pelo Tesouro, houve emissão de 47,7 bilhões de reais em papéis ligados à taxa flutuante no mês, com resgate de 1,3 bilhão de reais.

Segundo o Tesouro, o forte peso desses títulos, compostos majoritariamente por LFTs, dentre as emissões no período –67,5% do total– demonstra “uma mudança no perfil das emissões”.

Na prática, os investidores têm demandado mais papéis ligados à Selic, já que a rentabilidade dos títulos aumenta com a subida dos juros básicos. Esses papéis também costumam ganhar mais espaço em momentos de aversão a risco.

Após ter iniciado o ano na mínima histórica de 2%, a Selic já subiu 4,25 pontos desde março, ao patamar atual de 6,25% ao ano, com o BC intensificando o ritmo de alta em meio à aceleração da inflação no país.

Em agosto, a taxa havia sido elevada em 1 ponto pelo BC, a 5,25% ao ano, dose repetida na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada.

Em relação aos títulos prefixados, foram emitidos 7,8 bilhões de reais e resgatados 389,8 milhões de reais em títulos prefixados, “o menor valor desde junho de 2018”, informou o Tesouro.

Já entre os títulos indexados à inflação, houve emissão de 15,1 bilhões de reais e resgates de 24,1 bilhões de reais.

Apesar do quadro, o Tesouro disse em nota que passou a observar ao longo de setembro um “retorno gradual na demanda dos investidores por títulos prefixados e indexados à inflação, consistente com um retorno também gradual das emissões desses papéis”.

Banco Central
Em agosto, a taxa havia sido elevada em 1 ponto pelo BC, a 5,25% ao ano, dose repetida na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

“O Tesouro seguirá monitorando os mercados e reforça que a atual situação do caixa da dívida, suficiente para 10,5 meses de vencimentos à frente, dá flexibilidade ao Tesouro ajustar os volumes ofertados de acordo com as condições de mercado”, disse.

A reserva de liquidez da dívida fechou agosto em 1,227 trilhão de reais, alta de 57,8% sobre igual mês do ano passado, em termos nominais. Nos próximos 12 meses os vencimentos da dívida são estimados em 1,364 bilhão de reais.

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 9,76% do total em agosto, de 9,67% no mês anterior.

(Atualizada às 15:12)

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