Mercados

Dólar acelera alta e supera R$ 5,44 com busca por proteção antes de fim de semana

14 ago 2020, 15:44 - atualizado em 14 ago 2020, 15:45
Dólar
A força do dólar ante a maioria das divisas emergentes no exterior respaldava o movimento de compra por aqui (Imagem: REUTERS/Akhtar Soomro)

O dólar (USDBRL) acelerou a alta na tarde desta sexta-feira e renovou a máxima intradiária, indo acima de 5,44 reais, com investidores recompondo posições na moeda em busca de proteção antes do fim de semana, com o noticiário fiscal doméstico ainda gerando apreensão.

A força do dólar ante a maioria das divisas emergentes no exterior respaldava o movimento de compra por aqui, enquanto a alta do Ibovespa (IBOV) sugeria que operadores estavam tomando dólares como “hedge” para apostas no mercado de ações.

“São poucos players atuando de verdade no mercado, que fica sujeito a essa volatilidade”, disse um gestor.

Outro afirmou que, como pano de fundo, havia um “mal-estar forte” com Brasil, sobretudo por causa das discussões no campo fiscal.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro admitiu discussões internas no governo sobre furar o teto de gastos públicos e ainda fez críticas ao mercado financeiro, do qual cobrou “patriotismo”.

Jair Bolsonaro
Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro admitiu discussões internas no governo sobre furar o teto de gastos (Imagem: Youtube/Jair Bolsonaro)

Pesquisa da XP Investimentos mostrou nesta sexta-feira que a maioria dos investidores institucionais consultados vê alguma forma de ajuste no teto de gastos para permitir despesas adicionais em 2021. De acordo com a sondagem, o dólar poderia ir a 6,50 reais em caso de ausência desse mecanismo.

Às 15h45, o dólar à vista avançava 1,26%, a 5,4352 reais na venda, depois de alcançar 5,443 reais, alta de 1,41%. Mais cedo, a moeda chegou a cair 0,18%, para 5,358 reais.

O real tem o pior desempenho entre as principais moedas nesta sessão, repetindo posição de anteontem depois de na quinta-feira liderar os ganhos entre os mercados de câmbio globais –o que evidencia a instabilidade nos preços da moeda brasileira.

A volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses –uma medida da incerteza em relação à taxa de câmbio– voltava a 20,00%, nas máximas desde o começo de julho. O real tem a segunda maior volatilidade implícita entre as principais divisas emergentes, a uma curta distância da volatilidade associada à lira turca (20,58%).

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