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Dólar dispara ao maior valor em dois meses. De quem é a culpa?

15 mar 2023, 14:42 - atualizado em 15 mar 2023, 14:42
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Dólar engata quinta alta seguido em meio ao receio global com o sistema financeiro americano após quebra de bancos (Imagem: Pixabay/TBIT)

O dólar à vista segue em alta frente ao real e acelera os ganhos em dia de forte aversão ao risco global e volta ao patamar de R$ 5,30 após mais de dois meses.

Por volta das 14h30 (de Brasília), a moeda norte-americana avançava 1% no pregão desta quarta-feira (15), cotada a R$ 5,30 para venda, após renovar máximas a 5,32. É o quinto dia seguido de alta.

O contrato futuro com vencimento em abril subia na mesma magnitude, aos R$ 5,32. Lá fora, o Dollar Index (DXY) tinha valorização de 1,2%, perto dos 104,9 pontos.

Dólar contaminado por Credit Suisse

O dólar avança em meio ao receio global que toma conta e leva investidores a buscarem proteção. Há um receio do mercado de uma crise mais aguda afetar o sistema financeiro dos Estados Unidos. No entanto, contamina ativos globais de forma generalizada.

“O Credit Suisse ressuscitou um medo mais amplo em relação ao setor financeiro internacional, principalmente, após a falência de bancos”, comenta o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Contudo, após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank de Nova York na semana passada, hoje, o temor é com o Credit Suisse.

Isso porque seu maior investidor afirmou que não poderia fornecer ao banco suíço mais assistência financeira por questões regulatórias. O que levou as ações do banco chegarem a despencar 30% na bolsa de Zurique, renovando mínimas históricas.

Entretanto, a equipe da Guide Investimentos diz que, mesmo que o Credit seja o caso mais extremo, outros bancos da Europa estão com situação similar e também registram perdas em seus papéis como o Deutsche Bank e o UBS.

Semana que vem tem Fed…

Na próxima semana, tem mais uma decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco cental norte-americano). O operador da Commcor Corretora, Cleber Alessie, avalia que as apostas de alta de 0,50 ponto percentual da taxa de juros nos Estados Unidos perderam força em meio à crise bancária no país.

Ele explica que, dados mais fortes da atividade e do mercado de trabalho americano, abriam cada vez mais espaço para uma alta de 0,50 p.p., que ainda não estava precificada pelo mercado.

“Todavia, como sabido, a falência de bancos agora leva a crer que o alto patamar de juros do país tem criado um cenário cada vez mais difícil em relação ao crédito”, comenta.

A equipe econômica da Guide Investimentos acrescenta que será importante avaliar os principais indicadores econômicos dos Estados Unidos para “entender se a economia está robusta o suficiente para aguentar uma crise”, caso ocorra.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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