Moedas

Dólar sai de mínimas abaixo de R$ 5, mas ainda caminha para 2° recuo semanal seguido

11 mar 2022, 9:24 - atualizado em 11 mar 2022, 10:51
Dólar
Às 10:27 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,11%, a 5,0113 reais na venda (Imagem: REUTERS/Murad Sezer)

O dólar se afastou de mínimas abaixo de 5 reais nesta sexta-feira, mas continuava a caminho de marcar sua segunda queda semanal consecutiva, enquanto investidores digeriam a aprovação pela Câmara dos Deputados da proposta que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis e reavaliavam as perspectivas para os juros locais após nova aceleração da inflação.

Às 10:27 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,11%, a 5,0113 reais na venda.

Na B3 (B3SA3), às 10:27 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 5,0400 reais.

Segundo alguns participantes do mercado, o texto sobre o ICMS aprovado nesta madrugada –que vai agora à sanção do presidente Jair Bolsonaro— pode “comprar tempo” para o governo, que tem discutido outras formas de conter a alta dos preços em meio à disparada do petróleo no mercado internacional, como a adoção de subsídios, que algumas autoridades temem que pode abalar a confiança dos investidores na disciplina fiscal do Brasil.

Também estava em foco a leitura de fevereiro do IPCA, que acelerou a alta a 1,01% no mês e a 10,54% em 12 meses. O resultado divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE é o mais elevado para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%), contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,95%.

“Essa aceleração não pega boa parte do que vai ser o efeito (inflacionário) do conflito entre Rússia e Ucrânia”, que começou no dia 24 de fevereiro, comentou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“Ou seja, (a inflação) já aceleraria o debate sobre o ritmo de aumento de juros pelo Banco Central mesmo sem a guerra”, que adiciona pressão para que a autarquia endureça o aperto da política monetária, possivelmente indicando que não está prestes a encerrar o ciclo de alta da Selic, disse Cruz.

O Comitê de Política Monetária do BC realiza sua próxima reunião de política monetária na semana que vem, na terça e na quarta. A autarquia indicou na ata de seu último encontro que deve desacelerar o ritmo de ajuste na Selic a partir de março, depois de promover três altas consecutivas de 1,5 ponto percentual desde outubro passado.

Mas, com ampla expectativa de que a inflação excederá com folga a meta oficial para este ano –de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos–, várias instituições financeiras têm revisado para cima suas apostas para a taxa Selic no final de 2022, com algumas projeções superando os 13%.

Juros mais altos são vistos como fator de apoio para o real, uma vez que tornam os rendimentos do mercado de renda fixa local mais atraentes para investidores estrangeiros.

Nesta sessão, taxas dos contratos de DI negociados na B3 tinham alta ao longo de quase toda a curva, com o DI de janeiro de 2023 –que reflete apostas para as movimentações da Selic ao longo do ano de 2022– em 13,085% ao ano.

Com a moeda brasileira recebendo apoio da Selic elevada e se beneficiando da disparada global dos preços das commodities, o dólar caminhava para sua segunda desvalorização semanal seguida no mercado local, o que configuraria sua oitava semana de perdas no ano.

No acumulado de 2022, o dólar cai 10%, deixando o real com o melhor desempenho global no período.

Enquanto isso, no exterior, investidores repercutiam nesta sexta-feira a notícia de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse haver algum progresso nas negociações com a Ucrânia. O índice do dólar subia na esteira do comentário, mas as bolsas europeias e os futuros de Wall Street, mais sensíveis ao apetite por risco, ganhavam força.

O dólar spot fechou a quinta-feira com variação positiva de 0,09%, a 5,017 reais.

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