Mercados

Dólar fecha a R$ 5,13 em dia negativo no exterior ainda por coronavírus

23 mar 2020, 17:17 - atualizado em 23 mar 2020, 18:00
O dólar à vista subiu 2,21%, a 5,1385 reais na venda (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

O dólar começou a semana em forte alta nesta segunda-feira, indo acima de 5,13 reais em mais um começo de semana pouco auspicioso para os mercados financeiros globais, com a dúvida sobre os efeitos da crise do coronavírus se sobrepondo a medidas de estímulos sem precedentes anunciadas pelos Estados Unidos e outros governos.

A interpretação de que o Copom se mostrou mais brando na sinalização de política monetária, com possibilidade de mais corte de juro, também influenciou negativamente o real.

“Para nós, a ata mostrou maior flexibilidade vis-à-vis o comunicado pós-decisão de política monetária, reforçando nosso call de que o Comitê vai cortar a Selic em 0,50 ponto percentual no próximo encontro devido à piora nos dados econômicos”, disse o Citi em nota.

A redução sucessiva da Selic a mínimas históricas tornou alguns rendimentos baseados na taxa de juros brasileira menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que prejudica a expectativa para parte do fluxo cambial de portfólio. Com um enfraquecido cenário para entrada de dólar, a moeda norte-americana ganha força.

A Selic está atualmente em 3,75% ao ano, e a curva de DI <0#DIJ:> projeta 60% de chance de novo corte de 0,25 ponto em maio.

O dólar à vista subiu 2,21%, a 5,1385 reais na venda, após duas quedas consecutivas. A alta ocorreu a despeito de o Banco Central anunciar três leilões de venda de dólar à vista, nos quais colocou um total de 739 milhões de dólares. No ano, já são 9,654 bilhões de dólares injetados no mercado por esse instrumento.

Na B3 (B3SA3), o dólar futuro tinha alta de 1,45%, a 5,1385 reais, às 17h01. As operações com dólar futuro se encerram às 18h.

No ano, o dólar salta 25,28%, com o real em depreciação de 20,18%. O Goldman Sachs nota que a moeda doméstica é uma das de pior desempenho no período e que, por enquanto, a incerteza segue afetando a precificação dos ativos brasileiros como um todo.

“Para um investidor tático, notamos que o momento para o piso é não apenas extremamente difícil (de determinar) como os custos de se entrar ‘cedo demais’ podem ser muito dolorosos”, disseram analistas do banco em relatório.

No exterior, o dólar se mantinha impostado contra uma série de divisas emergentes, com destaque para a alta de quase 3% contra o peso mexicano, um dos principais “rivais” do real nos mercados globais de câmbio.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.