Mercados

Dólar sobe 0,79% e fecha a R$ 5,65 com declarações de Bolsonaro e exterior

07 abr 2021, 17:13 - atualizado em 07 abr 2021, 17:38
Dólar, real
O dólar à vista subiu 0,79%, a 5,6456 reais na venda (Imagem: REUTERS/Gregg Newton)

O dólar (USDBRL) reverteu a queda de mais cedo e fechou em alta contra o real nesta quarta-feira, movimento ditado inicialmente pela tomada de fôlego da moeda no exterior a partir do fim da manhã e intensificado à tarde por novas declarações do presidente Jair Bolsonaro entendidas como ameaça de intervenção na Petrobras (PETR4) e críticas à vacinação.

O dólar à vista subiu 0,79%, a 5,6456 reais na venda. A moeda oscilou entre 5,5491 reais (-0,94%), por volta de 11h45, e máxima de 5,6557 reais (+0,97%), já na última hora de negócios no mercado à vista.

Bolsonaro afirmou nesta quarta que o aumento do preço do gás anunciado pela Petrobras nesta semana, de 39%, é “inadmissível” e, apesar de dizer que não irá interferir na estatal, afirmou que a política de preços da empresa pode mudar.

Ele também disse que a pandemia está sendo usada politicamente “para derrubar o presidente” e criticou o foco na busca de uma vacina.

As falas do mandatário rememoram temores de intervenção na Petrobras, que em fevereiro teve seu presidente demitido por Bolsonaro, o que causou expressiva reação negativa nos mercados. A saída posterior de André Brandão do comando do Banco do Brasil e a troca de membros do conselho em ambas as empresas reforçaram o mal-estar.

Jair Bolsonaro
As falas do mandatário rememoram temores de intervenção na Petrobras, que em fevereiro teve seu presidente demitido por Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A Rio Bravo classificou esses eventos como “crises desnecessárias” e incluiu na lista a troca do ministro da Defesa em 31 de março, quando militares, lembra a casa, fazem uma “ordem do dia” exaltando o “movimento de 1964”.

“Desta vez, entretanto, tudo adquiriu novas e perigosas tonalidades. O país está com os nervos à flor da pele”, disseram especialistas da gestora em carta mensal.

Jair Bolsonaro Morão Braga Netto
“Desta vez, entretanto, tudo adquiriu novas e perigosas tonalidades. O país está com os nervos à flor da pele”, disseram especialistas (Imagem: Marcos Corrêa/PR)

Apesar dos riscos, alguns gestores têm considerado os preços do dólar cada vez mais esticados, o que pode aumentar chances de alguma correção, especialmente num momento em que o Banco Central eleva as taxas de juros.

“Sim, reconhecemos que a instabilidade política-econômica, que leva a questionamentos fiscais, tem sido um dos principais canais de desvalorização da moeda (o real)”, disseram gestores da Kinea, lembrando que outro componente dessa equação são os juros reais negativos.

“A normalização dos juros, embora não seja um fator suficiente, é parte necessária para que o real se estabilize e convirja para um patamar mais condizente com a recente melhora nas contas externas.”

No exterior, o dólar subia 0,12%, depois de cair 0,18%. A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) teve repercussão limitada nos mercados.

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