Mercados

Dólar fecha em queda após salto da véspera, mas se mantém acima de R$ 5

17 mar 2020, 17:30 - atualizado em 17 mar 2020, 17:54
Dólar
O dólar à vista caiu 0,88%, a 5,0024 reais na venda (Imagem: Unsplash/@jpvalery)

O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, mas ainda acima de 5 reais, depois de uma sessão volátil aqui e no exterior à medida que investidores avaliaram esforços de bancos centrais e governos para acalmar o nervosismo de investidores por causa do coronavírus.

O dólar à vista caiu 0,88%, a 5,0024 reais na venda, mas não sem antes cravar novo recorde histórico intradiário de 5,0880 reais na venda (+0,82%).

Na B3 (B3SA3), o dólar futuro tinha alta de 0,23%, a 5,0065 reais às 17h18.

Na segunda-feira, a moeda saltou 4,86% no fechamento, a 5,0467 reais na venda, nova máxima recorde nominal para um encerramento de sessão e ganho percentual mais forte desde maio de 2017.

No exterior, divisas de risco como peso colombiano, peso chileno e rand sul-africano –algumas das mais golpeadas pela onda de aversão a risco dos últimos dias– lideravam as altas nos mercados globais de câmbio nesta sessão.

Em Wall Street, o índice S&P 500 subiu cerca de 6%, recuperando metade das perdas da véspera.

O banco central norte-americano (Fed) vai disponibilizar até 1 trilhão de dólares por dia em empréstimos no mercado de operações compromissadas pelo restante desta semana e anunciou o retorno de um instrumento para facilitar financiamentos a pequenas empresas, utilizado pela última vez na crise financeira de uma década atrás.

Steven Mnuchin
Steven Mnuchin, estimou que as medidas econômicas que o governo Trump propôs injetariam 1 trilhão de dólares (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

As medidas fazem parte de ações para dar normalidade ao funcionamento dos mercados financeiros, que acionaram o modo pânico nos últimos dias por causa dos temores sobre o coronavírus.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, estimou que as medidas econômicas que o governo Trump propôs injetariam 1 trilhão de dólares na economia dos EUA.

Ainda assim, a incerteza paira no mercado. No Brasil, segue a expectativa pelo anúncio por parte do Banco Central de ações de defesa do câmbio. O BC vendeu nesta terça 2 bilhões de dólares em linhas de moeda com compromisso de recompra.

“O ambiente de elevado risco global continua pressionando a moeda (o real), enquanto o mercado aguarda maiores definições a respeito de medidas emergenciais que podem ser tomadas pelo Banco Central”, disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

Com o dólar cruzando a linha dos 5 reais, alguns analistas veem a continuação da valorização da divisa. Profissionais da TD Securities estimam agora que a cotação baterá 5,50 reais até o fim do terceiro trimestre, com alguma esperada estabilização em torno desse nível.

“Vemos apreciação do real no 1º trimestre de 2021 para 5,35 (por dólar), 5,10 no 2º trimestre de 2021 e 4,90 no 3º e 4º trimestres de 2021, com condições monetárias mais frouxas em todo o mundo (e nos EUA) amparando uma expansão econômica pós-impacto do Covid-19”, disseram os analistas em relatório.

O mercado projeta dólar de 4,35 reais ao fim deste ano e de 4,20 reais ao término de 2021, com base na mediana de estimativas coletadas pelo Banco Central para a mais recente pesquisa Focus.

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