Mercados

Dólar vai a R$ 5,36 com “crash” do petróleo e expectativas sobre corte da Selic

22 abr 2020, 10:25 - atualizado em 22 abr 2020, 10:29
dólar
Dólar mantém força sobre a moeda brasileira (Imagem: Reuters/Gary Cameron)

O dólar iniciou a quarta-feira com leve alta contra o real, após dois dias de forte aversão a risco nos mercados globais devido ao ‘crash’ dos preços do petróleo, enquanto os investidores voltavam as atenções para possíveis medidas de estímulo para mitigar o impacto econômico do coronavírus.

Às 10:25, o dólar (USDBRL) avançava 0,86%, a 5,3609 reais na venda. Na B3 (B3SA3), o dólar futuro subia 0,15%, a 5,32995 reais.

Nesta quarta-feira, os preços do petróleo Brent chegaram a desabar para menos de 16 dólares por barril, tocando o menor nível desde 1999, com o mercado inundado por excesso de oferta à medida que empresas param sua atividade e consumidores ficam em casa para tentar frear a disseminação da pandemia.

Na segunda-feira, o contrato de maio do petróleo dos Estados Unidos caiu para território negativo, com os investidores pagando para não terem que receber os barris da commoditie.

“Essa queda bastante violenta do preço do barril mostra, para mim,(…) que o nível de atividade global está muito pior do que o inicialmente pensado”, disse André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, em live no Youtube.

No exterior, o dólar apresentava desempenho misto ante moedas arriscadas, estável contra a lira turca e caindo ante peso mexicano e rand sul-africano.

Banco Central BCB
Analistas têm expectativas de cortes de juros pelo Banco Central (Imagem: Beto Nociti/Banco Central/ Flickr)

No cenário doméstico, analistas destacavam as expectativas de corte de juros após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizer na segunda-feira que o cenário analisado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião mudou.

“O que falamos é que entendemos que as condições que tínhamos no Copom mudaram muito de lá para cá, inclusive as expectativas de inflação”, disse Campos Neto. Na ocasião da última reunião do Copom, o colegiado cortou a Selic em 0,50 ponto percentual e avaliou que tanto uma redução maior no juro quanto afrouxamentos monetários adicionais poderiam se tornar “contraproducentes”.

O corte da taxa básica de juros a mínimas recordes sucessivas tem sido fator de pressão sobre o real, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, tornando o cenário brasileiro menos atraente para o investidor estrangeiro. Esse contexto é ainda agravado pela pandemia de coronavírus e conflitos políticos recentes entre Executivo e Legislativo.

No último pregão, na segunda-feira, o dólar interbancário fechou em alta 1,40%, a 5,3092 reais na venda.

O Banco Central realizará nesta quarta-feira leilões de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.

(Atualizada ás 10h25 – Horário de Brasília)

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.