Política

Premiê italiano parece condenado após divergências em coalizão

20 jul 2022, 15:53 - atualizado em 20 jul 2022, 18:41
Mario Draghi
A votação foi aprovada por 95 a 38, com muitas dezenas de senadores ausentes (Imagem: REUTERS/Guglielmo Mangiapane)

O governo italiano desmoronou nesta quarta-feira, após três dos principais parceiros da coalizão do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, rejeitarem um voto de confiança que o premiê havia convocado para tentar acabar com as divisões e renovar sua aliança fragilizada.

Draghi venceu a votação na câmara alta por 95 a 38, mas dezenas de senadores se recusaram a participar, deixando seu governo de 18 meses em frangalhos com uma provável eleição antecipada em setembro ou outubro como resultado.

O boicote ameaça enfraquecer a Itália após meses de relativa estabilidade, durante os quais o respeitado ex-presidente do banco central ajudou a moldar a dura resposta da Europa à invasão da Rússia na Ucrânia e impulsionou a posição do país nos mercados financeiros.

“A política falhou”, disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, que pediu repetidamente aos partidos da coalizão que apoiassem Draghi. “O futuro dos italianos estava em jogo. Os efeitos dessa escolha trágica serão vistos na história.”

O primeiro-ministro deve informar à câmara baixa do Parlamento na quinta-feira que pretende renunciar, disse uma fonte política. O premiê então entregará sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella, que é amplamente esperado anunciar eleições.

Draghi já havia pedido demissão na semana passada, depois que um de seus parceiros, o partido populista Movimento 5 Estrelas, não o apoiou em um voto de confiança sobre medidas para combater o alto custo de vida.

Além disso, os partidos de direita Forza Italia e Liga decidiram evitar a votação, afirmando que queriam um compromisso de que Draghi estava disposto a montar um novo governo sem o 5 Estrelas e com novas prioridades políticas.

Mas Draghi não parecia disposto a liderar uma nova coalizão, dizendo ao Senado que os italianos apoiavam seu governo, formado para ajudar o país a se recuperar da pandemia de Covid-19.

“O apoio que vi neste país (para a coalizão)… é sem precedentes e me convenceu a propor novamente um pacto para o governo e pedir que vocês votem nele. Vocês vão decidir”, disse Draghi ao Senado antes do voto de confiança.

O comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni, disse no Twitter que o movimento “irresponsável” contra Draghi pode levar a uma “tempestade perfeita” e alertou para “meses difíceis à frente” para a Itália.

O chefe do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, outro partido da coalizão de Draghi, disse que o Parlamento foi contra a vontade do povo.

“Os italianos se mostrarão mais sábios nas urnas do que seus políticos”, escreveu o chefe do PD, Enrico Letta, no Twitter.

Money Times é Top 10 em Investimentos!

É com grande prazer que compartilhamos com você, nosso leitor, que o Money Times foi certificado como uma das 10 maiores iniciativas brasileiras no Universo Digital em Investimentos. Por votação aberta e de um grupo de especialistas, o Prêmio iBest definirá os três melhores na categoria de 2022. Se você conta com o nosso conteúdo para cuidar dos seus investimentos e se manter sempre bem-informado, VOTE AQUI!

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.