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Drex: Entre a digitalização e a tokenização, um movimento ousado do BC

27 set 2023, 12:24 - atualizado em 27 set 2023, 12:24
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Drex: “não é fácil acreditar que um Banco Central como o do Brasil vá trabalhar de fato tão abertamente contra o seu próprio poder”, diz Kleber Kumpf (Imagem: REUTERS/ Bruno Domingos)

O processo de digitalização de todo o mercado financeiro é irreversível — e parece que os grandes players finalmente se deram conta. Prova irrefutável disso é a criação de moedas digitais oficiais, vinculadas a bancos centrais. Criptomoedas já foram alvo de deboche e desprezo; depois, viraram alvo de uma certa perseguição por parte do sistema. Este, recentemente, tem-se rendido — finalmente. E o Brasil já se está inserindo nesse contexto, com o Drex, o “real digital“.

Os números do avanço das moedas digitais oficiais nos países são reveladores dessa mudança de visão. Hoje, no mundo todo, estão em operação apenas 11 criptos governamentais — as CBDC (central bank digital currency). Porém, estima-se que haja atualmente em torno de 80 moedas do tipo em alguma fase de desenvolvimento. O levantamento é do Banco de Compensações Internacionais (BIS), conhecido como o “banco central dos bancos centrais”.

Ainda segundo o BIS, 24 CBDC estarão em operação até 2030. E, no caso do Brasil, para além de digitalizar o Real, a ideia do Banco Central é avançar na tokenização do nosso sistema. Trata-se de uma diferença entre forma e conteúdo. A digitalização de moedas se refere a uma conversão direta do formato físico para o digital. Nesse sentido, o Banco Central garante que 1 Drex será sempre igual a 1 real. Já a tokenização — em geral e em princípio — envolve a representação de diferentes ativos reais em tokens digitais.

Drex: Movimento ousado do Banco Central

Esse é um ponto digno de nota. Se o Banco Central do Brasil está prometendo a tokenização, significa que está disposto a abrir mão da centralização absoluta sobre o sistema financeiro. Afinal, esse processo — novamente, em princípio! — cria ativos digitais negociáveis e descentralizados.

Trata-se de um movimento bem mais ousado do que a mera digitalização da moeda. Esta mantém a natureza centralizada e fiduciária do sistema e garante a paridade entre o Drex e o Real por meio de reservas próprias e emissões do Bacen.

Faço questão de ressaltar o funcionamento “em princípio” da tokenização porque não é fácil acreditar que um Banco Central como o do Brasil vá trabalhar de fato tão abertamente contra o seu próprio poder (garantido pela centralização do sistema financeiro tradicional). Mas um fato já está sacramentado: com o avanço das criptos e com o êxito do PIX, esse é um processo irreversível. E não apenas por aqui. Para quem investe, portanto, é preciso estar preparado para tirar o melhor proveito dessas novas possibilidades.

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Investidor na bolsa de valores desde os 16 anos e apaixonado pelo mercado financeiro. Atuou como agente de investimentos, consultor financeiro, professor e palestrante. Em 2011, aos 21 anos, fundou a TopInvest, a maior escola de cursos preparatórios para certificações financeiras, que já conta com mais de 500 mil alunos. Hoje, pertencente ao Grupo Primo, é uma das empresas líderes do segmento.
kleber.stumpf@moneytimes.com.br
Investidor na bolsa de valores desde os 16 anos e apaixonado pelo mercado financeiro. Atuou como agente de investimentos, consultor financeiro, professor e palestrante. Em 2011, aos 21 anos, fundou a TopInvest, a maior escola de cursos preparatórios para certificações financeiras, que já conta com mais de 500 mil alunos. Hoje, pertencente ao Grupo Primo, é uma das empresas líderes do segmento.
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