Política

É difícil achar que Bolsonaro colocará o Brasil nos eixos, diz ex-BC em meio à escalada de inflação e juros

14 jan 2022, 13:55 - atualizado em 14 jan 2022, 17:06
Para Werlang, tampouco o ex-presidente Lula, atual líder com vantagem nas pesquisas, “vai levar com clareza o ponto de vista macroeconômico”. (Divulgação)

Em meio ao alto desemprego e à escalada do juros promovida pelo Banco Central para conter a inflação, o ex-diretor do BC Sérgio Werlang afirma que é difícil achar que o presidente Jair Bolsonaro colocará o Brasil nos eixos.

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“Bolsonaro mostrou-se ineficaz em várias decisões sobre desmatamento e atitude geral em relação aos indígenas, por exemplo”, disse o professor da FGV e sócio da gestora Sarpen Quant Investments ao Money Times, sobre a postura do governo que tem afastado grandes investidores.

Para Werlang, tampouco o ex-presidente Lula, atual líder com vantagem nas pesquisas, “vai levar com clareza o ponto de vista macroeconômico”.

O ex-BC avalia que o ex-ministro Sergio Moro parece ser o candidato alternativo com a terceira maior viabilidade. “Vejo com naturalidade uma terceira via, e que tenha uma política mais ao centro”, comentou.

Werlang viu um “recado encomendado e muito negativo” na escalação do ex-ministro Guido Mantega para um artigo na Folha de S. Paulo em uma série de textos sobre a posição de economistas ligados aos candidatos ao Palácio do Planalto.

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O ex-BC diz que o episódio ajudou a criar uma disparidade entre as taxas de juros pré-fixadas do Brasil e de pares internacionais neste início de ano, após o Fed, o banco central americano, sinalizar um maior aperto monetário.

Entre 31 dezembro e 6 de janeiro, os juros de 10 anos no Brasil (NTN-Fs de 2031) passaram de 10,70% a 11,26%, segundo dados do Tesouro Direto.

Nos Estados Unidos, os juros de 10 anos subiram 22 pontos-base. No mesmo período, aumentos entre 20 e 28 pontos-base também ocorreram em outros países (Austrália, Canadá e México).

Segundo Werlang, o Brasil está vulnerável aos movimentos externos, mas “claramente” ações internas estão causando uma “tremenda diferença”.

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Entrariam na lista também do que o economista classifica como “confusão interna”: a prorrogação da desoneração da folha — que foi sancionada sem compensação em 31 de dezembro e não estava Lei Orçamentária de 2022 — e a entrevista em que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, falou em rever a regra do teto de gastos.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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