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Eleições já estão no preço do Ibovespa, diz Inter

19 jan 2022, 20:10 - atualizado em 19 jan 2022, 20:26

As primeiras semanas do ano deram pistas de como pode ser o Ibovespa (IBOV). O tom mais duro do Federal Reserve sobre a elevação da taxa de juros fez com que o índice tombasse mais de 2% na primeira semana.

Porém, até o momento, a Bolsa conseguiu recuperar as perdas e entregar uma boa sequência de altas, puxada também pela disparada dos preços das commodities.

Para o Inter Research, 2022 se inicia com um ciclo contracionista, com elevação de juros e, em teoria, migração de recursos para ativos de renda fixa e mercados mais desenvolvidos.

“Contudo, ainda vemos espaço para recuperação da bolsa local, vislumbrando um patamar de 125 mil pontos para o fim do ano, uma vez que vemos os papéis negociados no mercado brasileiro demasiadamente descontados em virtude de uma maior percepção de risco já precificada”, diz.

No ano passado, o Ibovespa terminou no vermelho, com queda de 11%. O tombo chegou a 18% em comparação com o pico de julho.

Histórico

O Inter aproveitou o momento para fazer um levantamento sobre o comportamento do Ibovespa ao longo dos últimos anos, buscando entender os efeitos da primeira semana na Bolsa.

“Existe uma correlação positiva entre o retorno da primeira semana e o desempenho do índice ao longo do ano”, afirmam os analistas Fernando Urbano Rocha, Gabriela Cortez Joubert, Vitor Carvalho e Vitor Carvalho.

Dados apontam que em 20% das vezes, desde 1997, o Ibovespa teve um retorno anual negativo após uma primeira semana de queda.

“Em comum, estes anos foram marcados por crises externas ou internas, como a bolha das dotcom, crise do subprime e crise política interna em 2014 e 2015”, dizem.

Já quando se observa reversões de tendências, em 12% das vezes, o Ibovespa ignorou a tendência de queda da semana inicial e fechou em campo positivo.

Enquanto a média de retorno da primeira semana foi negativa em 5,6%, a valorização média anual do índice ultrapassou os 35%. Por outro lado, em quase 20% das vezes, o índice iniciou a semana em alta, mas encerrou o ano negativo.

Eleições

De acordo com a pesquisa, o Ibovespa teve queda na primeira semana do ano em apenas dois dos seis anos de eleições presidenciais, 1998 e 2014, anos de reeleição de Fernando Henrique Cardos e Dilma Roussef, respectivamente.

“Resguardadas as semelhanças entre primeira semana negativa e ano de eleições presidenciais com possibilidade de reeleição, devemos incluir na conta o fato de termos um ano ainda sob efeitos de uma pandemia em nível global nunca vivenciado pela atual sociedade, marcado por um cenário de políticas monetárias expansionista”, completa. 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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