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Eletrobras (ELET6): Os riscos que a privatização carrega (e o que fazer com a ação)

27 maio 2022, 19:20 - atualizado em 30 maio 2022, 11:43
privatização Eletrobras
Com o sinal verde de sua capitalização, espera-se que a elétrica atraia investimentos para alancar sua expansão (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Após décadas de espera, o investidor terá a chance de ver a Eletrobras (ELET6), a maior empresa elétrica do país, fora do controle acionário do Governo Federal.

Com o sinal verde de sua capitalização, espera-se que a elétrica atraia investimentos para alavancar sua expansão. No entanto, essa venda não vem sem riscos.

Na noite desta quinta-feira (26), a companhia elétrica divulgou o prospecto preliminar da oferta de ações que levará à sua privatização.

Serão inicialmente emitidas 697,7 milhões de ações ordinárias da empresa no Brasil e nos Estados Unidos, com a oferta primária consistindo em 627,7 milhões de papéis na forma de ações ou ADSs (American Depositary Shares) negociadas em Nova York.

Na oferta secundária, serão vendidas pela União 69,8 milhões de ações ordinárias, diluindo o controle da empresa.

O UBS-BB destaca em relatório que a capitalização da empresa se dará pela diluição do Governo Federal em processo de aumento de capital. Além disso, o artigo 3º da Lei 14.182/2021 proíbe que qualquer acionista ou grupo de acionistas realize votos em número superior a 10% da quantidade de ações em que se divide o capital votante da Eletrobras.

Ou seja, o sucesso, ou fracasso, da privatização estará condicionado a nova diretoria e, consequentemente, dos novos acionistas.

“Dito isso, a criação de valor da empresa não está apenas no fato de a privatização tirar os “laços” das regras aplicadas às empresas estatais. A criação de valor também estará na estratégia de longo prazo que será definida pela diretoria. E o conselho será indicado pelos novos acionistas”, destaca o banco suíço.

Já analistas que conversaram com o Money Times disseram que o fato da Eletrobras se tornar uma corporation, ou seja, uma empresa sem um controlador, não é de todo ruim.

“Nos Estados Unidos é muito comum esse tipo de operação. Se você tem maios acionistas, possui mais investimentos”, coloca Vicente Koki, analista do setor elétrico da Mirae Asset.

Ilan Albertman, da Ativa, lembra que a ação sempre foi negociada com desconto por ser uma estatal.

“Você tem riscos inerentes a qualquer empresa de capital aberto. Mas hoje está concentrado na mão do Governo, o que também carrega risco”, coloca.

O que fazer com o papel?

O UBS, mesmo com as ressalvas, tem recomendação de compra para a Eletrobras, com preço-alvo de R$ 70, o que implica potencial de elevação de 60%.

“Esta oferta terá uma dinâmica interessante, onde o preço da oferta terá de ser superior ao preço mínimo que não será divulgado pelo mercado”, coloca.

Segundo o consenso do mercado da Reuters, de seis analistas, cinco tem recomendação de comprar para o papel e um tem indicação neutra.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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