Economia

Elevação do IPCA-15 sinaliza retomada da inflação e BC não descarta Selic mais alta

24 nov 2022, 11:33 - atualizado em 24 nov 2022, 11:55
Banco Central regulação criptomoedas
No mês passado, a inflação também voltou a subir, avançando 0,59% (Imagem: Agência Brasil)

A prévia da inflação de novembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), avançou 0,53%, após alta de 0,16% em outubro e dois meses de queda, e sinaliza uma retomada da alta da inflação.

Todos os grupos monitorados registraram aceleração e a difusão no IPCA-15 de novembro sobe a 63,76%, de 62,67% no mês passado.

Para Leonardo Costa, macroeconomista na ASA Investments, aceleração era amplamente esperada e a projeção para a prévia de dezembro é de aceleração a 0,73%.

“Vemos IPCA em 2022 a 6% e em 2023, a 5%, com viés altista. E os descontos da Black Friday devem aparecer no IPCA de novembro, entre 0,50% e 0,60%”, afirma.

No mês passado, a inflação também voltou a subir, avançando 0,59% – acima das expectativas de alta de 0,49% – após três meses consecutivos de quedas.

De acordo com o economista Bruno Balassiano, analista de macro research do BTG Pactual, a retomada da inflação é resultado da dissipação total da deflação de combustíveis, pela aceleração da inflação de alimentação no domicílio, pela alta de itens de higiene pessoal, além de uma aceleração marginal em bens duráveis e serviços subjacentes.

“Apesar do headline vir em linha com nossa expectativa, houve algumas diferenças relevantes na composição. Tivemos leituras abaixo do esperado para alimentação (com surpresas disseminadas dentre o segmento) e combustíveis, mas que foram compensadas por surpresas em serviços de comunicação (onde não observamos impacto adicional dos cortes de ICMS), passagem aérea, seguro para automóveis e vestuário”, destaca.

Selic acima de 13,75%

Somado ao aumento da inflação, a indefinição sobre os gastos do governo para 2023 vem preocupando o Banco Central.

Ontem, o presidente Roberto Campos Neto, sinalizou que as incertezas fiscais podem influenciar na decisão da autoridade monetária em relação a Selic, inclusive de possíveis altas.

“O Brasil precisa mostrar equilíbrio nas contas”, afirmou Campos Neto. “Obviamente [a política fiscal] faz parte da função-reação do Banco Central”, completou.

A taxa básica de juros está sendo mantida no patamar de 13,75% ao ano desde agosto. A previsão era de o Banco Central começar a cortar a Selic no início do segundo semestre de 2023 – projeção que já está caindo por terra.

O economista e especialista em alocação de investimentos da Warren, Carlos Macedo, aponta que o resultado do IPCA-15, em si, não assusta tanto o BC.

“O dado não afetará o plano de voo do Banco Central, que continuará atento às evoluções da PEC de Transição e seu potencial impacto nas expectativas de inflação“, diz em relatório.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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