Embraer (EMBR3) divulga estimativas de demanda global e ações sobem 4%; hora de comprar?

A Embraer (EMBR3) estima uma demanda de 10.500 pedidos de novos jatos e turboélices de até 150 assentos nos próximos 20 anos, mostra publicação de perspectivas da fabricante de aeronaves, divulgada nesta quinta-feira (11).
Do total, a demanda por jatos soma 8.720 e a de turboélices 1.780 unidades, com um valor de mercado dessas aeronaves que atinge US$ 680 bilhões, diz o documento.
Já o tráfego global de passageiros, medido por receitas por passageiros por quilômetro (RPK), deve crescer 3,9% anualmente até 2044. A China liderará entre as sete regiões globais, com uma taxa de crescimento de 5,7%, seguida por 4,7% da América Latina e 4,4% da África.
O CEO da Embraer, Arjan Meijer, coloca que mudanças estruturais causadas pela pandemia se mostraram duradouras após cinco anos.
“Acreditamos que frotas mistas que combinem aeronaves narrowbody de menor e maior porte são essenciais para esse crescimento de longo prazo. Frotas mistas fornecem a versatilidade necessária para que a capacidade se adeque melhor à demanda, para a expansão de malhas aéreas e para o apoio dos objetivos de desenvolvimento nacional e regional”, diz Meijer.
Em relação às entregas, mesmo com um crescimento do mercado de aviação da China, América Latina e África nos próximos anos, o recebimento de jatos será liderado pela América do Norte, com 2.680, seguidos por 1.990 para a Europa e Comunidade de Estados Independentes (CIS) e 1.500 para a China.
Nos turboélices, serão 640 aviões para a região Ásia-Pacífico, 280 para América do Norte e 260 Europa e Comunidade de Estados Independentes (CIS).
Em reação, EMBR3 encerrou a sessão com alta de 4,29%, a R$ 68,89, sendo a ação com melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira (12). Na máxima do dia, os papéis subiram 4,71%. Acompanhe o tempo real.
O sentimento de analistas para a Embraer
Na visão de analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos, as notícias são positivas para e Embraer, uma vez que as perspectivas positivas para a aviação comercial em todo o mundo podem viabilizar oportunidades para aumento dos pedidos neste segmento.
Assim, as casas têm recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 90 para a companhia.
Além das perspectivas de demanda, o mercado está atento à presença da Embraer na Paris Air Show, onde a companhia contará com três coletivas para apresentar novas encomendas nas divisões Comercial e de Defesa.
Segundo o BTG Pactual, a expectativa é de que a fabricante brasileira supere 20 pedidos, com foco nos jatos E2, que enfrentam concorrência direta do Airbus A220.
“A performance comercial será analisada frente à de outros players, com atenção para grandes compradores (como companhias chinesas) e o mix narrowbody x widebody [categorias de aviões]. A demanda por narrowbodies favorece a Embraer, em razão da eficiência em rotas regionais e menores hubs”, ponderam os analistas.
O BTG destaca que problemas na cadeia de suprimentos, sobretudo motores, ainda afetam a produção global. Além disso, a guerra comercial, tarifas nos Estados Unidos e embargos da Boeing também estão no radar.
Ainda assim, a recomendação do banco para a Embraer é de compra, com preço-alvo de R$ 94.