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Estados Unidos X China: especialistas discordam sobre como isso pode afetar o mercado cripto; veja como se proteger

03 ago 2022, 16:28 - atualizado em 03 ago 2022, 18:03
estados unidos china bitcoin criptoativos
(Imagem: REUTERS/Aly Song)

Nesta semana, a tensão entre Estados Unidos e China mexeu com a precificação dos mercados tradicionais, e acabou puxando o mercado de criptoativos consigo.

A preocupação de uma escalada nesse conflito deixa os investidores com receio de abrir posições em ativos de risco, como é considerado o mercado cripto pelo mercado tradicional.

Em um cenário onde a tensão entre ambos países realmente ascende, analistas discutem para onde os criptoativos podem ir, e como se proteger desse cenário. Confira:

Criptomoedas como ativo de risco na tensão Estados Unidos x China

João Galhardo, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, comenta que antes de tudo é necessário estudar como o cenário macro vai reagir, para então tentar prever o que acontecerá com o mercado cripto.

“Desde a institucionalização do Bitcoin, e a mudança na estrutura de formadores de mercados de cripto que agora assemelha-se muito à estrutura do S&P 500 e do Nasdaq, é visto que todos esses ativos de risco compartilham uma correlação bem relevante”

Para o analista, caso o conflito escale, todos os ativos de risco vão sofrer bastante, e isso inclui o mercado cripto.

“Tratando-se de cripto, iria agravar ainda mais, e trazer ainda mais volatilidade ao mercado. É um mercado de tecnologia, e toda essa situação entre China e Estados Unidos envolve também Tawian que, envolve por sua vez, semicondutores, algo que mexe bastante com empresas tech. Cripto depende bastante de empresas de computação”, diz.

Galhardo diz que o mercado cripto vai ser atingido negativamente em uma escalada de tensão entre China e Estados Unidos e irá falhar como um ativo de proteção, ou hedge.

Tudo questão de visão de prazo

Mesmo que seja difícil prever, a tendência é que o mercado cripto sofra prejuízos no curto prazo, segundo segundo Luiz Pedro Andrade, analista de criptoativos da Nord Research.

“Justamente devido essa tendência de fuga ao risco que os investidores tendem a ter nessas situações”, diz

Mas para ele, no longo prazo, o Bitcoin pode ser uma boa alternativa para um cenário mais extremo neste cenário de conflito.

“Comprar Bitcoin e Ouro aos poucos pode ser uma boa forma de se proteger dos cenários mais caóticos que podem decorrer disso”, finaliza.

Criptomoedas como proteção na tensão Estados Unidos x China

Todavia, Alexandre Vasarhelyi, sócio fundador e CEO da BLP Crypto, segue a linha contrária. Para o gestor, é justamente a tese de proteção que pode fazer com que o mercado cripto performe bem no conflito.

“Historicamente, o mercado de cripto tem sido um bom hedge para conflitos geopolíticos. Neste caso, como são duas super potências, este comportamento deve aumentar bastante”, ele explica.

Para Vasarhelyi, Ouro e Bitcoin seriam dois ativos interessantes neste cenário, assim como commodities.

Como se proteger do cenário Estados Unidos x China?

A mais comum é liquidar, vender, seus ativos, conforme João Galhardo, da Quantzed Criptos. Conforme diz, aumentar o caixa pode evitar a exposição à volatilidade do mercado em incertezas como essa.

“Nesse caso, uma opção é ficar exposto em stablecoin. Escolher uma stablecoin robusta como a USDC e ficar de fora do mercado. É a maneira mais clássica [de se proteger]”, diz.

 Outra opção comentada pelo analista é fazer hedge através de futuros.

“Digamos que você tem suas posições compradas em um ativo. Nesse caso, você abre uma posição vendida em futuros que cubra sua posição de forma que seu ‘delta’ [variação de preço por ativo no portfólio] fique neutro”, explica.

A compra de opções é outra recomendação de proteção do analista. Para ele, é possível adquirir opções de venda em Bitcoin ou Ethereum.

Inclusive, hedge através de opções é uma maneira bem mais convexa de proteger seu portfólio. Basta encontrar uma opção com um prêmio interessante, comprar ela e dessa forma, ficar protegido com um nível melhor de convexidade”, finaliza.

A tensão Estados Unidos x China já está precificada?

“Absolutamente não”. É o que diz Axelandre Vasarhelyi, da BLP Asset diz que “absolutamente não”. Para o gestor do primeiro fundo de criptoativos no Brasil, o conflito não está precificado no mercado cripto.

Luiz Pedro Andrade, da Nord Research, concorda com essa linha. Para ele, ainda temos muito para observar antes do mercado cripto realmente precificar o cenário.

Por outro lado, João Galhardo diz que sim. Para o analista, o que está precificado é o fato da Nancy Pelosi não estar mais em perigo.

“Não tem mais risco do jato dela ser derrubado por agentes chineses, algo que estava colocando muita preocupação no mercado. O suspiro de alta que estamos vendo no mercado atualmente possivelmente é por isso”, diz.

O trader do Mercado Bitcoin, Humberto Andrade, diz que está parcialmente precificado. Conforme ele, o mercado está muito mais eufórico com a possibilidade do Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, não fazer nada do que ameaçou e não efetivamente partir para uma ofensiva militar.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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