Fundos de Investimento

Vale a pena investir em ETFs? Segmento movimenta trilhões e deve crescer ainda mais no Brasil

08 nov 2024, 11:31 - atualizado em 08 nov 2024, 11:31
ETF; Encontro Anual Sobre Índices e ETFs no Brasil 2024
Da esquerda para direita: Thalita Forne, Superintendente Executiva da B3; Sergio Foldes Guimarães, Assessor Sênior na Área de Mercado de Capitais do BNDES; Renato Eid, Líder de Estratégias Beta e Investimento Responsável do Itaú Asset Management; Bruno Stein, Superintendente de Produtos do Safra Asset Management (Crédito: Elias Gomes)

O mercado de fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) tem crescido nos últimos anos e já movimenta cerca de US$ 14,5 trilhões em todo o mundo.

No Brasil, existem mais de 100 ETFs de emissores locais, com exposição local e internacional, na B3. Os investidores brasileiros também têm acesso a mais de 250 BRDs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs, listados nas principais bolsas internacionais. 

“O mercado que saiu de em torno de 40 mil investidores pessoas físicas com posição, para mais de meio milhão de investidores com posição hoje. A gente sabe que ainda tem espaço para aumentar ainda mais essa base de investidores”, disse Thalita Forne, superintendente de produtos listados da B3, durante um painel do Encontro Anual Sobre Índices e ETFs no Brasil 2024, realizado na última quinta-feira (7).

Apesar do crescimento, os ETFs representam apenas 1% do total da indústria de fundos, segundo dados da S&P Dow Jones Índices.

“Demanda reprimida”

Os fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês) têm ganhado espaço no universo de investimentos por serem, principalmente, “uma maneira de ter exposição rápida a uma coisa que era difícil ter exposição”, segundo Bruno Stein, Superintendente de Produtos do Safra Asset Management. Como, por exemplo, os ETFs de criptomoedas que resolveram o problema de “demanda reprimida”. 

Lançados em janeiro nos Estados Unidos, os ETFs de Bitcoin já registraram US$ 18,9 bilhões em entradas líquidas até o final de outubro, segundo o relatório Spot ETFs in Crypto Markets, da Binance. 

“Ninguém está alocando em bitcoin porque existe ETF. Já tinha uma demanda reprimida e as pessoas não queriam investir do jeito que existia. Então, se inventou uma nova maneira, resolvendo um problema do cliente com preço controlado, com spreads até melhores do que existiam em outras maneiras de investimentos”, disse Stein, do Safra Asset Management.

ETF é para todo mundo? 

Os especialistas foram unânimes em dizer que, apesar da eficiência e negociabilidade, investir em ETF “não é para todo mundo”. 

“ETF não é para todo mundo e nem vai ser. Ele muito provavelmente vai ocupar um posto de protagonista dentro da construção de portfólio”, disse Renato Eid, líder de Estratégias Beta e Investimento Responsável no Itaú Asset Management. 

“Primeiro o investidor precisa entender o que faz sentido dentro do objetivo de investimento para depois ele ‘beber’ do que é de melhor nos dois mundos: tanto de gestão ativa quanto da gestão indexada”, acrescentou Eid. 

Por outro lado, o custo de operar um ETF é menor do que comparado com outros investimentos, na visão dos especialistas. 

Para Bruno Stein, Superintendente de Produtos do Safra Asset Management, utilizar um ETF na construção e ajuste de portfólio é “absolutamente eficiente”. 

“Comparando com a gestão ativa, o custo de transação [de ETFs] é muito baixo. Cada vez que você entra e sai [de uma posição], você economiza uma grana na hora de compor um portfólio”, afirmou Stein. 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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