Commodities

EUA defendem manter teto para barril da Rússia em US$ 60

19 jan 2023, 13:10 - atualizado em 19 jan 2023, 13:10
EUA
A União Europeia concordou em revisar o preço máximo a cada dois meses, a partir de meados de janeiro, com o objetivo de manter o teto pelo menos 5% abaixo da cotação média do mercado (Imagem: REUTERS/Fabian Bimmer)

O governo Biden está inclinado a se opor a qualquer medida para reduzir o teto de preço para as exportações de petróleo bruto da Rússia, apesar da pressão de alguns países europeus para espremer ainda mais as receitas do governo de Moscou, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

O petróleo dos Urais, principal tipo vendido pela Rússia, tem sido negociado muito abaixo das cotações internacionais – e do teto de US$ 60 por barril estipulado pelo G7, em vigor desde 5 de dezembro.

A União Europeia concordou em revisar o preço máximo a cada dois meses, a partir de meados de janeiro, com o objetivo de manter o teto pelo menos 5% abaixo da cotação média do mercado.

O governo americano quer esperar até que outros tetos de preço do G7 para combustíveis refinados da Rússia, como o diesel, entrem em vigor no próximo mês antes de reavaliar a cotação do petróleo, disse uma pessoa a par da avaliação dos EUA, acrescentando que, na visão de Washington, os tetos irão interagir. Como é preciso unanimidade para o mudar o teto, a posição dos EUA torna mais provável que o preço permaneça em US$ 60.

Vários membros da UE, particularmente Polônia e Estônia, têm pressionado por um teto mais baixo de modo a atingir as receitas do governo russo, mas outros miram um nível mais alto, temendo o impacto em suas economias. A Alemanha disse a outros países da UE que qualquer revisão do preço deve ser feita em um cronograma que não arrisque confundir os mercados, de acordo com pessoas com conhecimento das discussões.

As conversas sobre a revisão do preço da UE devem começar na semana que vem.

Por enquanto, o teto tem ajudado a reduzir o preço que a Rússia recebe por grande parte de seu petróleo. O tipo dos Urais era cotado a US$ 45,55 o barril na quarta-feira no porto de Primorsk, no Mar Báltico, oeste do país, segundo dados fornecidos pela Argus Media. O principal contrato de petróleo Brent era negociado em torno de US$ 85.

A disparada dos custos de transporte tem sido um dos principais fatores que contribuem para a queda do preço dos barris russos. As cargas tiveram que ser descontadas no ponto de exportação para competir com produtores do Oriente Médio por compradores na Ásia.

A expectativa é que o braço executivo da UE defina sua posição sobre a revisão do teto de preço em breve. O ministro de Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billström, disse esta semana que o bloco deve analisar esse relatório antes de chegar a uma conclusão.

É óbvio que o teto está funcionando e também é óbvio que agora estamos vendo uma queda nos preços, disse Billström à Bloomberg durante entrevista em Davos, na Suíça. “Mas gostaria de ver o relatório antes de tirar qualquer conclusão final”, afirmou, acrescentando que “pelo menos é preciso haver um debate sobre isso”.

Alterar o preço exigiria unanimidade entre os países do G7 e da UE.

Os dois grupos também devem discutir os tetos a serem estabelecidos para produtos petrolíferos russos antes que um embargo relacionado à UE comece no início do próximo mês. A coalizão pretende propor uma faixa de preço para os limites nos próximos dias, e embaixadores da UE planejam discutir números específicos em reunião na próxima semana.

Esse debate pode fornecer aos governos que desejam pressionar por mudanças no preço de US$ 60 uma oportunidade de fazê-lo. Qualquer ajuste no teto da cotação do petróleo também pode afetar o plano para produtos refinados.

O teto para produtos petrolíferos funcionaria de forma semelhante ao petróleo bruto, proibindo empresas do G7 e de países europeus de fornecer transporte e serviços essenciais necessários para circular as mercadorias quando vendidas acima dos níveis acordados.

Uma autoridade do G7 disse que os EUA são a principal força por trás do teto de preços e, se não quiserem uma revisão, não haverá.

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