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Extensão de seguro-desemprego ajuda economia, diz Fed de Dallas

03 ago 2020, 13:30 - atualizado em 03 ago 2020, 13:30
EUA
O PIB dos EUA encolheu 32,9% em uma base anualizada no segundo trimestre, segundo relatório na semana passada (Imagem: Pixabay)

A continuidade de alguma forma de benefício extra de seguro-desemprego nos Estados Unidos impulsionaria o crescimento econômico, disse o presidente do Federal Reserve Bank de Dallas, Robert Kaplan.

A ajuda adicional de US$ 600 por semana para desempregados aprovada pelo Congresso em março, no início da pandemia de coronavírus, foi encerrada no fim de julho.

Congressistas que debatem a próxima rodada de estímulo estão em um impasse se, e de que forma, devem estender os benefícios.

Em entrevista à Bloomberg TV, Kaplan disse que a extensão do benefício de seguro-desemprego é necessária. “Pode ser reestruturado em certa medida a partir dos US$ 600, mas acho importante ver uma extensão disso”, disse Kaplan.

“O aumento da renda, embora possa ter dificultado a contratação para certas empresas, ajudou a criar empregos porque elevou os gastos dos consumidores, de modo que o efeito líquido ainda provavelmente foi positivo para a economia e para o emprego.”

Se o seguro-desemprego não for elevado, isso poderá enfraquecer o crescimento, disse Kaplan. Ele espera queda do PIB de 4,5% a 5% neste ano, mas forte recuperação no terceiro e quarto trimestres.

O PIB dos EUA encolheu 32,9% em uma base anualizada no segundo trimestre, segundo relatório na semana passada.

Kaplan disse que não acha que os EUA precisem de outra quarentena nacional para controlar a nova onda de coronavírus, como um membro do Fed recomentou no domingo.

“Vamos ter que aprender a conviver com esse vírus”, disse Kaplan, acrescentando que o uso de máscara, juntamente com um bom sistema de rastreamento e teste, é essencial.

Orientação futura

Kaplan disse que não é favorável à mudança do guidance futuro para vincular especificamente os aumentos dos juros à inflação acima de 2%, algo que alguns economistas argumentam que o Fed pode fazer sem resultar em altas excessivas dos preços.

Kaplan disse que prefere continuar vinculando a orientação futura tanto à inflação quanto ao desemprego, como o Fed faz atualmente.

Mas ele acrescentou que o banco central observou que pode deixar a economia acelerar um pouco mais do que se pensava sem provocar pressões indesejadas sobre os preços e que, ao fazê-lo, traz trabalhadores à margem de volta à força de trabalho.