Fed quer ganhar tempo em meio à incerteza tarifária com tom menos duro, dizem analistas

(Imagem: Kevin Lamarque/Reuters)

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O Federal Reserve ainda não quer se comprometer com impactos inflacionários que ainda não são conhecidos, afirmam analistas. O órgão teve um tom menos hawkish (duro) do que o esperado, buscando “ganhar tempo” e esperar por mais clareza. A decisão acontece em um momento de incerteza sobre as políticas tarifárias do novo governo. 

O mercado recebeu a decisão do Fed de manter as taxas de juros dos Estados Unidos no patamar de 4,25% a 4,50% ao ano de ‘braços abertos’. Os índices de Wall Street fecharam em alta refletindo a decisão da autoridade monetária.

A manutenção dos juros já era esperada pelo mercado. Antes da divulgação, 99% das apostas indicavam justamente um movimento de estabilidade do banco central norte-americano, segundo o CME FedWatch Tool.

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De acordo com José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos, o Fed evitou ajustes imediatos, deixando a porta aberta para eventuais cortes dependentes do cenário econômico para 2025.

Na mesma linha, Plínio Zanini, diretor de risco da Ciano Investimentos, afirmou que o órgão está buscando ganhar tempo, com as projeções de cortes futuros voltadas para o segundo semestre. “Há o receio de aumento da inflação com as políticas adotadas pela Casa Branca e, portanto, o Fed se mantém cauteloso com os possíveis cortes de juros”, afirmou.

Já na visão do analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, a expectativa é de que haja duas reduções de juros até o final do ano.

Além disso, Cohen ressaltou que, apesar da queda no dólar após a decisão do Federal Reserve, esse movimento de queda não deve permanecer no curto prazo. “Se vão ter duas reduções apenas, a gente pode ter ainda um mercado instável e, com o mercado instável, o dólar ainda acaba ficando fortalecido”.

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