Internacional

Fed mantém taxas de juros e continua tateando em busca do momento para realizar cortes

21 fev 2024, 17:12 - atualizado em 21 fev 2024, 17:12
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Jerome Powell, presidente do Fed, espera sinais de momento oportuno para realizar cortes (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

Em ata divulgada na quarta-feira (21), os participantes do Federal Reserve (Fed) presentes na reunião de janeiro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) concordaram em manter a taxa de juros dos Estados Unidos (EUA) no intervalo entre 5,25% e 5,5%.

De acordo com o relatório, “o Comitê não espera que será apropriado reduzir o intervalo da meta de inflação até que haja maior confiança de que a inflação está caminhando em direção à meta de 2%”. Atualmente, a inflação do país está em 2,6%.

O CME FedWatch Tool, que apresenta dados sobre as expectativas de cortes nas taxas de juros, afirma que o sentimento atual é de uma chance de 73,1% de cortes em junho. Para maio, o sentimento de pessimismo é maior, com a probabilidade de cortes em 32,7%.

Mas a expectativa para maio já foi maior. Antes das falas de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre manter as taxas de juros no atual patamar, a expectativa de cortes atingia 96,3%.

Para a economista do Juliur Baer, Sophie Altermatt, o movimento de adiar as expectativas para os cortes de juros ocorre principalmente por conta dos dados da inflação dos Estados Unidos mais fortes do que o esperado.

David Kohl, economista-chefe do Julius Baer, “as expectativas agressivas de redução das taxas desde o início do ano foram corrigidas e os mercados monetários estão precificando três cortes nos juros, o que está totalmente em linha com as nossas próprias projeções”.

Para Kohl, os dados de inflação até a reunião do Fomc em maio ajudariam a atrair a convicção de que a inflação está diminuindo.

Fed busca por maiores certezas

Na ata divulgada, o Comitê afirma que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve um crescimento sólido, mas que apresentou um rebaixamento em relação ao trimestre anterior. Ainda, há o reconhecimento de um mercado de trabalho apertado e sem sinais futuros de arrefecimento.

No documento, é notado que “A maior parte dos participantes notou os riscos de um movimento muito rápido em direção à suavização das políticas monetárias e destacou a importância de conseguir dados para julgar se a inflação está atingindo a meta de 2% de forma sustentável”.

“Alguns dos participantes, entretanto, apontaram para os riscos à economia ao manter uma política restritiva por muito tempo”, pontua a ata.

Durante o pronunciamento de Powell em janeiro, após a manutenção nas taxas de juros, o presidente afirmou que “tivemos 6 meses de uma boa inflação, precisamos ver mais evidências que confirmem o caminho sustentável em direção à taxa de 2% da inflação”.

Em seu discurso, Jerome afirmou que o objetivo do Fed é realizar os cortes no momento certo, para que não ocorra uma reversão dos progressos já observados na inflação, e praticamente descartou que eles ocorreriam em março.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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