Economia

Fed pode aumentar juros até patamar de 4%; mercado se divide sobre próxima alta

17 ago 2022, 16:38 - atualizado em 17 ago 2022, 16:38
Jerome Powell
Hoje, a taxa se encontra entre 2,25% e 2,50%, após o Fed elevar os juros em 0,75 ponto porcentual no final de julho. (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

Que o Federal Reserve vai manter o ciclo de altas, isso está claro para o mercado. O que os investidores querem saber agora é até onde vai a taxa de juros americanas e por quanto tempo ela deve se manter elevada.

Para os economistas, o Fed Funds Rate deve variar entre um intervalo de 3,25%-3,50% e 3,75%-4,00% até o final do ano.

Hoje, a taxa se encontra entre 2,25% e 2,50%, após o Fed elevar os juros em 0,75 ponto porcentual no final de julho. Isso significa, que o banco central precisaria elevar os juros entre 1 pp e 1,5 pp ao longo das próximas reuniões.

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Reunião de setembro

Na ata divulgada há pouco sobre a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o Fed apontou que será necessário manter o aperto econômico enquanto a inflação estiver acima da meta de 2%.

O banco central americano reconhece que o aperto pode reduzir o ritmo de crescimento, mas não muda o discurso de que é crucial controlar a alta de preços.

“A grande maioria dos diretores ainda está olhando com mais preocupação para inflação alta do que para atividade econômica mais fraca. Quando a gente olha nos detalhes, a ata traz esse viés mais hawkish [postura de aperto monetário]”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original.

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Aperto monetário ou commodities?

O economista ainda destaca que os dirigentes do Fed se questionam se a desinflação que está começando a ser vista em alguns mercados é, de fato, uma resposta à alta de juros ou apenas um efeito da queda no preço das commodities.

“Os diretores estão dando uma amenizada nessa desinflação porque ela está muito concentrada nas commodities. Por isso, vários deles falam que existem chances de precisar entregar juros mais altos”, aponta.

Mas não são todos que concordam com essa visão. Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a ata trouxe algumas avaliações marginalmente dovish [postura de redução de juros].

“No que toca à inflação, fizeram questão de ressaltar a perda de ímpeto do índice, a despeito do longo caminho de queda que os índices deverão ter até a convergência robusta indicada pelos membros no longo prazo”, diz.

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, também aposta em uma desaceleração do ritmo de altas para 50 pp na próxima reunião. “Nossa expectativa é que a atividade se sustente, especialmente com consumo mais resiliente após a desaceleração da inflação cheia.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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