Economia

Ata do Fed cita riscos de credibilidade no combate à inflação e fala em juro neutro

17 ago 2022, 15:33 - atualizado em 17 ago 2022, 16:40
Federal Reserve
No final de julho, o Federal Reserve elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual. (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Federal Reserve citou a credibilidade da autoridade monetária junto à opinião pública para justificar o aumento da taxa de juros na reunião de julho. É o que revela a ata do encontro, publicada nesta tarde.

Segundo o documento, o Fed alertou para os riscos de a população em geral começar a questionar determinação da autoridade monetária em aumentar a taxa de juros o suficiente para combater a alta da inflação. Nesse sentido, o Fed reforça a necessidade de uma postura mais “restritiva”.

Ainda segundo a ata, também seria prudente posicionar melhor o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) para aumentar ainda mais a taxa de juros, “para níveis adequadamente restritivos, caso a inflação fosse mais alta do que o esperado”.

Juro neutro

A ata do Fed mostra ainda que também houve uma discussão sobre o nível de neutralidade dos juros dos Estados Unidos.

Vale lembrar que durante a coletiva de imprensa ao final da reunião de julho, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o nível atual da taxa já estava próximo de “neutro”. Este foi um dos fatores que levaram o mercado a ver uma postura suave (“dovish”).

No entanto, de acordo com a ata, “alguns” membros do Fomc discordaram dessa leitura. Esses integrantes enfatizaram que o nível da taxa básica de juros do Fed permaneceu “abaixo dos níveis neutros de curto prazo”.

Entre reuniões

O Fed se reunirá novamente no fim de setembro e a expectativa é de que mais aumentos nos juros sejam apropriados. Porém, há um debate sobre o tamanho da próxima alta.

Ao final de julho, o Banco Central dos EUA elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para o intervalo de 2,25% a 2,5%. Na ocasião, Powell também afirmou que os Estados Unidos não estavam em recessão.

De acordo com a ata, a maioria dos participantes do mercado pareceu ver uma moderação da inflação e um crescimento econômico mais lento, mas ainda positivo, como o cenário mais provável. Também foi percebida a queda dos preços das commodities.

“As condições financeiras melhoraram modestamente ao longo do período, mas permaneceram substancialmente mais apertadas do que no início do ano. Os rendimentos do Tesouro caíram, refletindo as expectativas de crescimento mais lento, bem como um declínio na compensação da inflação”, diz o texto.

O Fed aponta que o mercado de trabalho continuou muito apertado e a demanda por mão de obra permaneceu forte. A inflação de preços ao consumidor – medida pela variação percentual de 12 meses do índice de preços para consumo pessoal (PCE) – permaneceu elevada em maio, e as informações disponíveis sugeriam que a inflação ainda estava elevada em junho.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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