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Firjan propõe PPPs e mudanças tributárias para recuperar economia

18 jun 2020, 7:47 - atualizado em 18 jun 2020, 7:47
Indústria
A Firjan também prevê que a arrecadação do estado deve cair de R$ 72 bilhões para cerca de R$ 56 bilhões (Imagem: REUTERS/Tom Brenner)

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) entregou hoje (17) à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) um conjunto de sugestões para impulsionar a recuperação da economia fluminense.

O programa foi apresentado por videoconferência e prevê medidas como ampliação de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), mudanças regulatórias e tributárias e incentivo ao complexo industrial de saúde. 

A apresentação foi feita ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), e a parlamentares estaduais. O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêia Vieira, contou em entrevista à Agência Brasil que o conjunto de sugestões é fruto de um debate interno no setor e que foi solicitado pela própria Alerj.

“Essa capacidade de aglutinação de percepções, em função dessa tragédia que estamos passando, talvez seja a única coisa positiva.

Na tragédia, nos afastamos eventualmente de alguma divergência e tentamos procurar a convergência para o benefício da sociedade como um todo”.

Entre as estimativas mostradas aos parlamentares está a previsão de queda de 6,4% no Produto Interno Bruto do estado em 2020. A Firjan também prevê que a arrecadação do estado deve cair de R$ 72 bilhões para cerca de R$ 56 bilhões.

Entre as sugestões apresentadas pela Firjan estão 142 possíveis concessões e parcerias público-privadas, além da expansão de concessões rodoviárias atuais. Segundo a federação, os contratos poderiam atrair R$ 54,8 bilhões em investimentos.

Concessões e tributos

O presidente da Firjan acredita que a crise internacional causada pela pandemia de covid-19 não inviabiliza o investimento privado, e argumenta que concessões oferecem uma oportunidade de longo prazo para investidores, que se torna mais atraente em um cenário de juros baixos em vários países:

“Existe liquidez no mundo. Com juros reais praticamente negativos no mundo, e no Brasil também, os investidores procuram investimentos reais, e nada mais real e de longo prazo que as concessões”.

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira
O presidente da Firjan acredita que a crise internacional causada pela pandemia de covid-19 não inviabiliza o investimento privado (Imagem: Facebook/Firjan)

Na área tributária, uma das propostas é replicar incentivos fiscais de outros estados do Sudeste, para dar mais competitividade ao Rio de Janeiro.

A Firjan afirma que essa medida não seria contrária ao Regime de Recuperação Fiscal, e que as mudanças propostas não representariam perda de receita para o estado, que deve arrecadar em 2020 quase R$ 16 bilhões a menos do que era previsto no início do ano. “Nenhuma dessas propostas fere o orçamento do estado”, afirmou Gouveia Vieira.

As mudanças tributárias teriam como um dos beneficiários o parque industrial de saúde. O presidente da Firjan argumenta que o fortalecimento desse setor se beneficiaria da mão de obra especializada na área, com d percepção de que é preciso reduzir a dependência em relação ao mercado externo no fornecimento de equipamentos hospitalares.

“Vimos agora aviões cruzando metade do planeta com equipamentos de saúde, e voos sendo ameaçados de serem arrestados.

O Ocidente ficou muito dependente da produção da Ásia nesse setor, e o Rio tem uma estrutura admirável de pesquisa e tecnologia voltada à saúde”.

Emprego

Segundo a Firjan, 20 mil trabalhadores formais foram demitidos na indústria fluminense até maio. Gouvêa Vieira acredita que é cedo para dizer se esse ritmo de demissões continuará, uma vez que a recuperação depende do controle da curva de transmissão e do retorno da confiança do consumidor.

“Toda a cadeia produtiva depende do ponto final, que é alguém que vai comprar o produto produzido que é vendido pelo comércio”, disse ele, que acredita que a tendência observada na Europa e na Ásia é de recuperação dos empregos após a reabertura da economia.

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