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Fundo de Bitcoin (BTC) da Grayscale: Desconto ou furada? entenda o que está acontecendo com GBTC

22 nov 2022, 16:25 - atualizado em 22 nov 2022, 16:25
Grayscale GBTC Genesis
Efeito cascata provocado pelo colapso da FTX chega a grandes investidores institucionais, como o fundo Genesis Trading (Imagem: Grayscale/Divulgação)

O desenrolar do efeito cascata causado pelo colapso da corretora FTX chegou nos grandes investidores institucionais. A causa disso foi o fato do fundo Genesis Trading ter sido afetado. A Genesis Trading pertence à Digital Currency Group, mesmo conglomerado que a Grayscale.

Consequentemente, as dúvidas acerca das reservas dos fundos de índices (ETFs) negociados pela gestora foram levantadas pelos investidores. Importante ressaltar que a Grayscale argumenta que a custódia dos Bitcoins do GBTC são feitos pela Coinbase (COIN).

A gestora também defende que, devido à natureza de seus produtos, por regulação, não podem ser oferecidos como empréstimos.

Mas recentemente, um artigo escrito pela “DataFinnovation” em julho deste ano voltou à tona. O artigo traz acusações de corroboração entre a Grayscale e a falida Three Arrows Capital (3AC) para ganhar dinheiro com o “enorme desconto” do fundo.

A cereja do bolo foi a Grayscale ter recusado mostrar provas de suas reservas de Bitcoin. Os pedidos dos investidores foi para a Grayscale mostrar onde no blockchain estariam os bitcoins que dizem possuir, em dados OnChain.

Conforme a gestora justifica, por ser uma instituição regulada pela SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a transparência dos ativos já é disposta no site, em forma de documentos e lâminas do fundo.

“A Coinbase frequentemente realiza validação no blockchain. Devido a questões de segurança, não disponibilizamos essas informações de carteira on-chain e informações de confirmação publicamente por meio de uma prova de reserva criptográfica ou outro procedimento avançado de contabilidade criptográfica”, explica.

GBTC da Black Friday: 40% OFF ou Furada?

O grande desconto no GBT que é questionado pelos investidores, e mencionado acima, trata-se de uma diferença de quase 50% entre o valor do ativo e o preço do Bitcoin à vista.

Grayscale GBTC Genesis
(Imagem: Coinglass)

Conforme o site oficial da Grayscale, cada cota do fundo de índice representa a quantidade de 0.00091487 BTC, ou US$ 14,79. Todavia, conforme o TradeView, a cota do fundo é negociada a US$ 8,96.

Na análise do analista chefe do Mercado Bitcoin, André Franco, o GBTC está caro. Ele contextualiza o cenário em que a Genesis está buscando um empréstimo de US$ 1 bilhão para buscar liquidez para oferecer uma rentabilidade ao credor e tentar salvar-se da inevitável falência.

No que tange a Grayscale, o analista diz estar mais preocupado. Para ele, caso a gestora venha à falência, existiria uma massa falida de 641 BTC na teoria, confirmada pela própria Coinbase.

“Naturalmente, isso levanta um receio de que, se a Grayscale vier à falência o montante possa ser liquidado no mercado ou se alguém toparia adquirir de acordo com percentual de taxa que poderia ser cobrada, algo na casa dos 2%”, explica. 

Tudo que pode ser comprado no mercado cripto, e que envolve risco de terceiros, pode ser caro, segundo Franco. Muito por causa do risco de efeito cascata e não sabermos até onde a crise na FTX afetou.

“Acredito que esse desconto de 40% embute algumas coisas. Primeiro, que existem opções mais baratas de investimento, até mesmo indireto, em cripto, em Bitcoin e Ether e em outros trusts que eles têm. Mas isso também embute o risco da Grayscale falir e levar todo esse dinheiro junto”, diz. “A ideia aqui é que o mercado não quer achar nada, ele quer ter certeza das coisas”.

Para ele, é muito arriscado, mesmo que seja um desconto altamente atrativo. “Não vejo sentido em entrar uma vez que se pode quase dobrar o patrimônio investido, mas também pode perder tudo”, finaliza.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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