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Fundo imobiliário Hectare CE (HCTR11) recupera parte das perdas após polêmica de conflito de interesse

19 abr 2022, 19:20 - atualizado em 19 abr 2022, 19:23
Fundos Imobiliários
FII Hectare CE encerra sessão com variação positiva de 7,49% (Imagem: Unsplash/Divulgação)

Após oito sessões em queda, o FII Hectare CE (HCTR11) apresentou recuperação nesta terça-feira (19), encerrando a sessão com variação positiva de 7,49%. Com isso, o fundo acumula desvalorização de 11,26% desde 1º de abril.

Desde março, a gestão do fundo, a cargo da Hectare Capital, tem sido questionada por investir simultaneamente no equity da Nova Feira da Madrugada, através de cotas do FII R CAP 1810 (XBXO11), e no certificado de recebível imobiliário (CRI) que financiou a construção do empreendimentos.

Em outras palavras, ao mesmo tempo que o FII Hectare CE é proprietário de parte da Nova Feira da Madrugada, ele também detém parcela da dívida do imóvel, o que, na visão de parte do mercado, traz conflito de interesse.

A gestão do fundo rebateu as críticas, em relatório gerencial publicado na segunda-feira (18), informando que “a estrutura de investimento via equity e dívida no mesmo ativo cria exposições diferentes, mas não necessariamente conflitantes”.

“O investimento via dívida tem retorno pré-definido. No equity o risco é maior e o retorno variável – pode ser muito alto se o ativo performar bem e muito negativo se performar mal. Além disso, não somos os únicos investidores do CRI”, completou a gestão.

Caso Hectare CE abre oportunidade para ampliar transparência no setor

Segundo Ronaldo Candiev, especialista em fundos imobiliários, os riscos presentes nas operações do Hectare CE não são novos para o mercado, apesar da repercussão dos últimos dias.

Candiev esclarece que por se tratar de um fundo de papel high yield, isto é, investimento focado em ativos financeiros imobiliários de risco elevado, o Hectare CE aplica estratégias de investimentos arrojadas e, consequentemente, de maior risco.

No entanto, o especialista em FIIs ressalta que o acionista e o detentor da dívida de um ativo podem, muitas vezes, possuir interesses distintos. Por conta disso, Candiev enxerga que o caso da Hectare CE abre “uma oportunidade histórica de ampliação da transparência do mercado de high yield como um todo”.

Para que isso aconteça, Candiev considera que será necessário pressão por parte do mercado — algo que em parte já está acontecendo — e que os gestores esclareçam ao máximo suas estratégias de investimento.

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Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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