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Fundo imobiliário que tem Americanas (AMER3) como inquilina puxa queda do Ifix; qual é o impacto do rombo para FIIs?

12 jan 2023, 12:54 - atualizado em 12 jan 2023, 15:01
Fundos Imobiliários
Índice de fundos imobiliários recua no pregão impactado por fundos de logística, que aluga imóveis para a Americanas (Imagem: GGR Covepi Renda/Divulgação)

A Americanas (AMER3) informou ontem à noite ao mercado que foi detectado um rombo fiscal de R$ 20 bilhões na companhia, o que resultou na renúncia do presidente recém-empossado, Sérgio Rial, e do diretor financeiro e de relações com investidores, André Covre.

Mas qual é o impacto dessa notícia acompanhada de “diversos riscos”, segundo a XP, para os fundos imobiliários que alugam imóveis para a varejista?

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo, comenta que a varejista aluga alguns imóveis dos FIIs de logística, porém, de forma pulverizada, já que a Americanas normalmente tem uma ocupação pequena em vários fundos.

“Isso inclui BTLG11 [BTG Pactual Logística], VIUR11 [Vinci Imóveis Urbanos], BRCO11 [Bresco Logística] e alguns outros. Entre os mais relevantes estão o XPLG11 [XP Log] e o GGRC11 [GGR Copevi Renda]”, destaca.

Araujo diz que a gigante do varejo ocupa um galpão inteiro que pertence à XP Log em Seropédica, no Rio de Janeiro. “É uma área em torno de 90 mil metros quadrados. Já o imóvel da GGCR11 é um galpão em Uberlândia [no Triângulo Mineiro] de 90 mil metros. Nesse caso, tem representatividade grande na receita do fundo com cerca de 17%”, explica.

Em novembro do ano passado, a Americanas informou que iria devolver o galpão alugado em Hortolândia, no interior de São Paulo, antecipando a rescisão de contrato. O imóvel pertence ao fundo RBR Log (RBRL11). A multa rescisória é de R$ 1,7 milhão.

O risco ‘Americanas’ para esses fundos imobiliários

O analista da Empiricus ressalta que ainda faltam detalhes do plano de ação da Americanas, mas o risco é relativamente mais controlado no caso das locações de imóveis, uma vez que elas estão protegidas por contrato. “No máximo, há uma desocupação pela empresa. Como a demanda por galpões segue favorável, os fundos têm capacidade de reocupação”, avalia.

Araujo acrescenta que essa parcela da operação de locação não representa as despesas mais relevantes da empresa. “De forma geral, se os contratos forem desfeitos pela varejista, não irá gerar grande impulso de liquidez. Porém, o fundo GGR Copevi Renda poderá ser penalizado no curto prazo”, observa.

Índice de fundos imobiliários

Não à toa, o GGCR11 lidera as perdas entre os fundos imobiliários e puxa a queda do índice de referência do setor na B3, o Ifix, no pregão desta quinta-feira (12). Por volta das 15h (de Brasília), o índice recuava 0,14%, aos 2.835 pontos.

Já o fundo recuava 3,7%. O VIUR11 também tinham uma das maiores queda no horário acima, de 1,75%. Na outra ponta, o Riza Akin (RZAK11) tinha a maior alta, de 1,1%.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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