Economia

Fundo Verde, de Stuhlberger, vê sinais de crise de crédito e critica “bravatas” de Lula

07 mar 2023, 20:35 - atualizado em 07 mar 2023, 20:36
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Aviso: Fundo Verde, de Stuhlberger, critica “ruído desnecessário e contraproducente” do governo Lula (Imagem: Monteiro/Bloomberg)

Há “sinais de um incipiente credit crunch (crise de crédito) atingindo a economia brasileira“. O alerta é da Verde Asset, de Luis Stuhlberger, um dos mais respeitados gestores do país. Na carta em que apresenta o desempenho do Fundo Verde em fevereiro, a gestora afirma que essa crise só pode ser enfrentada com “boas políticas públicas e não bravatas”.

Um credit crunch ou crise de crédito é caracterizado pela redução repentina da oferta de crédito, ou pelo rápido endurecimento das condições exigidas pelos donos do dinheiro para emprestá-lo, como os juros mais altos ou a necessidade de fornecer mais garantias.

Para Stuhlberger e sua equipe, o gatilho dessa crise é o “barulho gerado pelo novo governo”, que eleva a tensão do mercado. Para a Verde Asset, “mesmo medidas corretas da perspectiva fiscal, como a reoneração dos combustíveis, conseguem ser acompanhadas de graus excessivos de ruído desnecessário e contraproducente.”

A carta da gestora destaca, explicitamente, a taxação das exportações de petróleo e “os reiterados ataques ao Banco Central” como os ruídos deste momento. “Não por acaso os prêmios de risco dos ativos brasileiros seguem bastante altos”, acrescenta.

Fundo Verde: Barulho de Lula agrava cenário mundial complicado

Segundo a gestora, as cotoveladas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na economia e no Banco Central apenas complicam um cenário interno que se desenrola sobre um “pano de fundo mais complexo”, composto por um “choque de realidade” dos mercados em fevereiro.

Tal choque decorre da constatação de que a economia dos Estados Unidos continua forte, a despeito das expectativas em voga no fim do ano passado de que entraria em recessão nos primeiros meses de 2023. Com isso, houve uma “importante mudança de narrativa dos mercados”.

Se, antes, a perspectiva de recessão americana alimentava a expectativa de que o Federal Reserve iniciaria um ciclo de corte de juros, e puxava a desvalorização do dólar frente a outras moedas, enquanto impulsionava bolsas de valores em todo o mundo, agora, a situação se inverteu.

O dólar voltou a se valorizar, as taxas de juros nos países desenvolvidos estão em alta, e “as bolsas devolveram parte da exuberância do início do ano.”

Para o time de Stuhlberger, a precificação dos ativos de risco ainda não captou totalmente essa mudança de cenário. A Verde afirmou que está mais preocupada com “a precificação das bolsas globais e com os riscos de uma nova aceleração da inflação, especialmente nos Estados Unidos.”

E, a depender da disposição do presidente do Fed, Jerome Powell, a alta dos juros americanos está longe de acabar. Em audiência no Senado nesta terça-feira (7), ele mandou um recado claro ao mercado: espere novas altas e uma taxa terminal maior que a prevista inicialmente.

 

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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