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Fusão da Azul com a Latam: até onde você deve apostar seu dinheiro nisso?

21 jul 2020, 11:27 - atualizado em 21 jul 2020, 11:27
Hangar da Azul AZUL4
Voo solo: para a Ágora, união com a Latam pode não ser positiva para a Azul (Imagem: Instagram/ Azul)

Desde domingo (19), circulam pela imprensa e pelo mercado rumores de que a Azul (AZUL4) poderia se unir à operação brasileira da Latam, seja via aquisição, seja via fusão. Quem especula sobre o assunto lembra dois fatos. O primeiro é o acordo de compartilhamento de voos (codeshare) celebrado pelas duas em meados de junho, para surpresa do mercado.

O outro é uma declaração do presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, à CNN Brasil Business, também naquela época. Na entrevista, o executivo não descartou que uma fusão entre ambas possa ocorrer no futuro.

Em contrapartida, o presidente da Azul , John Rodgerson, já negou publicamente que a empresa tem planos de se unir à Latam, cuja matriz, no Chile, entrou em recuperação judicial em maio. Em julho, a subsidiária brasileira também se juntou à sua controladora.

O assunto voltou à tona no domingo (19), quando o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Estadão, informou que havia estudos em curso sobre a eventual fusão. Desde então, os analistas e investidores se perguntam quanto devem apostar nesse cenário?

“Improvável”

Para Victor Mizusaki e Flávia Meireles, que assinam um comentário da Ágora Investimentos sobre o tema em relatório desta manhã (21), a união das duas está longe de ser trivial. “Uma fusão completa entre Latam e Azul parece muito complexa e improvável, e também exigiria um acordo abrangente dos acionistas controladores para acomodar vários interesses”, afirmam.

Avião da Latam TAM
Assentos para todos: fusão da Latam com Azul demandaria amplo acordo de acionistas para acomodar todos os interesses, segundo a Ágora (Imagem: Instagram/ Latam)

Para a dupla, “uma solução simples poderia ser a venda da Latam Airlines Brasil para a Azul”. Essa saída, contudo, poderia comprometer a característica da Azul que mais agrada aos analistas neste momento: as perspectivas de redução do endividamento.

“Dadas as notícias recentes de que a Azul poderá concluir em breve sua reestruturação da dívida, reduzimos nossa estimativa de endividamento medido pela relação dívida líquida/ebitda para 4,5 x em 2021, de 5,6x”, explica a Ágora.

Esse é o principal motivo que levou os analistas a elevarem o preço-alvo da Azul de R$ 19 para R$ 23, com recomendação de compra, mesmo com o corte das estimativas de receita líquida e ebitda para 2020 e 2021. Segundo a dupla, a diminuição dessas projeções reflete a expectativa de uma recuperação mais lenta, sobretudo, nas rotas internacionais.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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