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Games em blockchain: Dá para jogar, narrar e ganhar dinheiro ao mesmo tempo (e a prova são os streamers da Twitch)

28 dez 2021, 19:43 - atualizado em 29 dez 2021, 18:48
Games
(Imagem: Unsplash/ Pawel Kadysz)

A Twitch, plataforma de streaming ao vivo, cresceu exponencialmente durante a pandemia. O movimento foi muito ligado à busca das pessoas por um conteúdo interativo no lockdown.

A soma desse fator com a popularização de jogos em blockchain em 2021 – jogos NFTs chamados play to earn – proporcionou um crescimento desse conteúdo específico na plataforma.

De um lado, existe o streamer que junta duas fontes de renda em um movimento único – o próprio jogo e a monetização da live – e, do outro, o espectador que espera aprender como entrar nesse mercado novo.

Segundo o site Twitch Tracker, a quantidade de visualizações médias na plataforma toda saltou de 1,26 milhão em 2019 para 2,78 milhões em 2021. Um aumento de mais de 120%.

Visão geral de visualizações e acessos da Twitch entre 2012 e 2021 (Imagem: Twitch Tracker/Reprodução)

O Brasil e outros países falantes de português não ficam para trás. Segundo levantamento do site, nosso idioma é o quarto mais falado na plataforma, e conta com mais de 142 mil visualizações simultâneas, em média, entre os dias 15 e 22 de dezembro.

Estatística de línguas na Twitch entre 15 e 22 de dezembro de 2021 (Imagem: Twitch Tracker/Reprodução)

Os conteúdos da Twitch variam, mas uma grande parcela é de “gameplays”, ou seja, usuários jogando enquanto mostram o progresso aos espectadores.

Em 2021, os jogos em blockchain que recompensam em criptomoedas se popularizaram, conforme grandes nomes falavam do assunto. 

Consequentemente, isso reverberou na plataforma, onde a quantidade de criadores de conteúdo que aderiram ao “gameplay” de cripto aumentou significativamente.

Jogos “Play to earn” estão pegando tração na Twitch

Nesse sentido, os produtores de conteúdo play to earn foram surgindo na plataforma. É o caso de Maria Eduarda Fürst, de 20 anos. A streamer faz duas faculdades – Direito e Administração -, e começou a fazer lives, a partir de junho de 2020, durante a pandemia.

Ela produzia conteúdo de jogos “comuns”, e somente neste ano, Fürst tomou conhecimento sobre os jogos play to earn. Desde então, sua audiência aumentou, e a streamer atribui esse progresso ao fato de ter se concentrado nos jogos NFTs.

Ela conta que sempre foi apaixonada por games, e quando viu a oportunidade de gerar renda com isso, não perdeu tempo. “Uma certeza que posso dar é que, formada nas áreas que estudo – Direito e Administração -, eu não estaria ganhando o que ganho com play to earn.”

Confira a entrevista na íntegra:

Outros streamers têm a mesma percepção de que dá para ganhar dinheiro com a atividade. Valmir Júnior, 34 anos, conhecido na plataforma como Lombrajr, já produzia conteúdo de outros jogos na Twitch desde 2019, mas somente neste ano começou a “streamar” jogos NFTs .

O streamer é formado em Psicologia e pai de três filhos. Ele conta que, antes de jogar os play to earns em lives, tinha uma audiência média bastante pequena. Confira abaixo o depoimento na íntegra:

 

 

“Eu fazia live para umas cinco pessoas que me acompanhavam todo dia, e eu conseguia rentabilizar em quatro ou cinco meses R$ 400, e ainda ficava feliz”, afirma. Mas, com três crianças para sustentar, era preciso aumentar a renda gerada pela atividade. Foi quando conheceu o jogo play to earn Plant vs Undead.

“Comecei a fazer live de Plant vs Undead e, com isso, começaram a aparecer mais pessoas”. Ele conta que a maioria do seu público não entendia nada do mundo cripto, e muito menos ele, mas de uma coisa, ele tinha certeza: o mundo das finanças mexe muito com os sentimentos de todos.

“As pessoas ficavam apreensivas, ansiosas e muito estressadas, quando uma coisa não acontecia”, relata. “Eu tentava acalmar a todos, com um pouco de informação que eu colhia aqui e ali.”

O streamer conta que a comunidade se ajudou e cresceu. “Às vezes, a gente alcança mil pessoas assistindo e eu respondo todo mundo,” diz. Agora, o público prioriza quem precisam tirar dúvidas, em vez de bater papo durante as transmissões.

“Quando decidi entrar no Plant vs Undead, percebi que não podia fazer algo que todo mundo faz. Tanto, que hoje a categoria ‘crypto’ é muito nova na Twitch, mas já está começando a ficar superlotado”, afirma.

Hoje, ele diz que é possível viver com a renda de ambas profissões – streaming e jogos play to earns – mas que, no futuro, a tendência é ficar mais difícil.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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