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Grupos do agro têm Lula ‘satanás’, Kelmon vira pop e Papa e vitória de Bolsonaro esmaecendo

30 set 2022, 14:22 - atualizado em 30 set 2022, 16:57
Kelmon
Sucesso garantido de Bolsonaro e Padre Kelmon nas redes (Imagem: Ricardo Moraes/REUTERS)

A regra é clara nos grupos de aplicativos de celulares ligados ao agronegócio desde que o ex-presidente saiu da cadeia e virou candidato à presidência antes ainda de ser oficializado pelo PT. E ganhou contornos agressivos à medida que Luiz Inácio Lula da Silva aponta para a vitória quase em 1º turno.

O Whatsapp e o Telegram tilintam sem parar com ataques raivosos, mas com nuances bem claras nas últimas semanas: discretamente foram esmaecendo as mensagens exaltando reeleição de Jair Bolsonaro no domingo, quiçá se percebe algum silêncio também em relação ao pleito de 30 de outubro, se houver.

Apesar de que as pesquisas do Ipec e Datafolha se manterem com alvo do tiroteio, contra o “datapovo”, mesmo com a constância em divulgar a intenção de voto, nos dois principais nomes das eleições, com a diferença sempre a favor do petista.

Pós o debate de ontem na Rede Globo, não somente o presidente foi o ganhador, óbvio, como o Padre Kelmon virou pop star por servir de escada a Bolsonaro – aliás, desde o debate do SBT o candidato do PTB caiu nas graças – e Lula vai de “ladrão” a “vagabundo”, como sempre.

Ciro Gomes (PTB), até há pouco o segundo mais odiado das redes bolsonaristas, já recebeu elogios subliminares por não poupar o Lula – ou, como dizem os petistas e até muitos pedetistas, estar mais amigável com o candidato à reeleição do que alinhado à esquerda.

Ainda há ecos constantes que vêm dos evangélicos, adotados pelos ruralistas, pelo menos nas postagens, execrando o “satanás” na figura do ex-presidente brasileiro, com direito a chifrinhos.

Há muito de cômico, como o Padre Kelmon – ou “padre de festa junina”, segundo a presidenciável Soraya Thronicke (União Brasil) -, já elevado à categoria de futuro Papa e fotos do candidato do PT todo ‘machucado’, sob o título: “Ex-presidiário perde a linha ao apanhar do Padre Kelmon”.

Publicações de fake news também são regras, aliás desde o impeachment de Dilma Rousseff.

Foras as listas de transmissões, há dezenas de grupos alinhados ‘oficialmente’ ao atual presidente.

Os mais conhecidos e de grande amplitude geográfica são o Agribusiness, Mercado Futuro, Matopiba Agro e MM, pelo Whatsapp, e o GPB (Grupo Pecuária Brasil), pelo Telegram. Há outros menos ostensivos e voltados para seus contextos, como Técnicos do Agro e Soja – Mercado/Agronomia, porém entre um ou outro link de reportagem sobre o setor ou alguma mensagem específica, tome-se lá o Lula na parede.

Juntos, montam algumas centenas de participantes.

Money Times não printou as mensagens e imagens para preservar os telefones e nomes de seus membros, tampouco identificou a origem (grupos) de algumas postagens porque elas podem ser apagadas em caso de contestações e acusações de vazamento por parte de seus administradores.

Embora, a rigor, a existência de grupos e seus membros sejam públicas, uma vez que estão nessas redes.

Como pública foi, por exemplo, a crítica contundente à recente matéria aqui publicada sobre o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva no Mato Grosso, vindo do produtor da Petrovina Sementes, Carlos Ernesto Augustin, dizendo que sua empresa é alvo de retaliações.

“Que vá vender para o Lula e os petralhas”, publicou um conhecido produtor paranaense instalado no Paraguai, um ‘brasiguaio’.

Fora as palavras de baixo calão.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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