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Haddad na Fazenda: Por que o nome pode ser uma boa notícia para as reformas

09 dez 2022, 17:09 - atualizado em 09 dez 2022, 17:16
Haddad
Haddad na Fazenda: Há pontos positivos que o mercado precisa considerar, dizem analistas (Imagem: Agência Brasil)

O nome de Fernando Haddad foi, enfim, confirmado como o novo ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E, diferente do imaginado por parte do mercado, o Ibovespa reagiu de forma positiva, ou, no mínimo, de maneira neutra.

O índice chegou a subir mais de 1%, também puxado pelas ações de commodities em meio à alta do minério de ferro.

Apesar de investidores terem sonhado com um nome técnico para ocupar a cadeira, como Henrique Meirelles, aos poucos, analistas e gestores já começam a levantar pontos positivos do ex-ministro da Educação, que também ocupou o cargo de prefeito de São Paulo.

O primeiro deles é que, mais do que conhecer o ministro da Fazenda, é necessário esperar os nomes para as pastas secundárias, como ministério do Planejamento, do Comércio e da Indústria.

“O anúncio do ‘combo’ pode mexer mais com o humor do mercado, para o bem ou para o mal”, discorre Bruno Monsanto, sócio e assessor de investimentos na RJ Investimentos.

Outra questão é a parte política, já que o ministro precisa ter trânsito com o Congresso para aprovar medidas mais complicadas, como as reformas.

Edmar de Oliveira, operador de renda variável da One Investimentos, recorda que Paulo Guedes teve dificuldade em dialogar com os deputados e senadores e com outros partidos justamente por conta da falta de traquejo político.

“Tem a necessidade de você personificar um político à frente do ministério porque precisa do diálogo com a classe política. Eles falam a mesma língua”, discorre.

Já Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, lembra que Haddad é um nome tido como pragmático e mais lulista do que petista.

“Durante a sua gestão na prefeitura em São Paulo, Haddad foi criticado pelo PT e teve um diálogo dentro da Câmara dos Vereadores difícil, porque não gastou muito, inclusive no ano de eleição”, recorda.

Ele acrescenta dizendo que, dentro das possibilidades, não é o pior. “Quem será o ministro da Fazenda será o Lula“, completa.

O estrategista da Davos Mauro Morelli observa que o nome de Haddad pode ser importante na execução de reformas, caso seja esse o caminho escolhido.

Haddad garantiu que o novo arcabouço fiscal do país, que substituirá a regra atual do teto de gastos, será definido no ano que vem. Outras prioridades para 2023 serão a reforma tributária e a retomada de acordos internacionais, sobretudo com a União Europeia.

Haddad: Nome político com técnicos?

O economista Marcos Lisboa coloca que, apesar dos receios do mercado, um ministro político faz pouca diferença se o governo possui uma boa equipe técnica.

Segundo ele, quem dá a diretriz geral é o presidente da República, enquanto os dilemas da pasta são políticos.

“Precisamos enfrentar o dilema e a negociação precisa ter embasamento técnico. A pior coisa é quando você toma as consequências sem saber o que está fazendo. Ou você acha que sabe, mas está mal informado. Quem manda é política, mas a técnica é fundamental para informar. Pode ter um ministro da política na Fazenda e técnicos embaixo que informem”, afirmou no 23º episódio do Market Makers.

Sem Fake News

Haddad disse que quem teme que ele promova uma agenda fiscal irresponsável precisa olhar para a sua história, e lembrou que foi o primeiro prefeito a conseguir a nota de grau de investimento, quando estava à frente da prefeitura de São Paulo.

“Para quem teme um ministro gastador, olha o investimento grande da prefeitura de São Paulo”, disse Haddad a jornalistas, após ter seu nome confirmado publicamente para a Fazenda em anúncio do presidente eleito Lula.

“Se você não olhar para a trajetória da pessoa, você vai cair em fake news. Para que mais fake news?”

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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