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Huawei entra em novo mundo com sanções dos EUA

26 set 2020, 12:04 - atualizado em 22 set 2020, 20:12
Huawei
“O negócio de equipamentos de telecomunicações da Huawei tem sido um pilar de suas operações por décadas e desempenha um papel crucial em ajudar as principais operadoras da China a construir uma infraestrutura 5G”, afirmam Paulo Gala e Uallace Moreira (Imagem: Reuters/Gonzalo Fuentes)

Esse novo cenário mostra como é essencial o Plano de controle do governo chinês para orientar as empresas do setor privado para a “Nova Era”, assim como o a força do mercado interno e o Plano de US$ 1,4 trilhão na China para tentar dominar a indústria mundial de semicondutores. Quais os riscos das sanções dos EUA?

Componentes vitais para as operações da Huawei: de semicondutores importantes a monitores e lentes de câmeras e até mesmo placas de circuito impresso

A Huawei vem acumulando todos os tipos de estoque de chips desde o final de 2018, mas não se sabe se eles estão bem abastecidos com componentes eletrônicos, como telas avançadas e lentes de câmeras.

Dispositivos eletrônicos são complicados, sem os quais nãos se pode montar smartphones, laptops ou desktops. Huawei, a maior empresa de tecnologia da China com mais de 190.000 funcionários e receitas de mais de 850 bilhões de yuans (US $ 124 bilhões), corre o risco de sofrer um êxodo de talentos. Já perdeu centenas de funcionários para os rivais.

A Huawei já sofreu no mercado europeu, onde suas vendas caíram 16% no período de abril a junho, enquanto Samsung e Xiaomi tiveram crescimento anual de 20% e 48%, respectivamente, de acordo com a empresa de pesquisas Canalays.

Samsung
Segundo Paulo Gala e Uallace Moreira, a Samsung foi rápida em capitalizar os problemas da Huawei, trabalhando nos bastidores para se posicionar como alternativa à companhia (Imagem: Reuters/Kim Hong-Ji)

A Samsung foi rápida em capitalizar os problemas da Huawei, trabalhando nos bastidores para se posicionar como alternativa à Huawei. A Samsung está ampliando seus investimentos em inovação para expandir seu domínio no mercado global de semicondutores de memória. Essa decisão é um indício claro da decisão da empresa sul coreana em ganhar marketshare no mercado mundial, com os boicotes contra a Huawei.

Por outro lado, o negócio de equipamentos de telecomunicações da Huawei tem sido um pilar de suas operações por décadas e desempenha um papel crucial em ajudar as principais operadoras da China a construir uma infraestrutura 5G.

A Huawei se preparou com antecedência para pelo menos um ano de estoques. O ritmo de instalação do 5G na China, no entanto, diminuiu conforme a Huawei se apressa em redesenhar e remover o máximo possível de conteúdo americano de seus produtos. Nesse sentido, o governo chinês lançou um Plano de US$ 1,4 trilhão na China para avançar na indústria mundial de semicondutores.

O Plano de controle do governo chinês para orientar as empresas do setor privado a se inserirem em uma “Nova Era” da economia mundial deixa claro que o pensamento estratégico do governo que sabe se antecipar e enfrentar novos cenários. A ideia é promover o fortalecimento da nação chinesa, sob o pensamento de Xi Jinping. Nação significa soberania nacional. Isso é essencial para o enfreamento dos conflitos na economia internacional, principalmente com as sanções dos EUA.

Fontes:

Https://twitter.com/moreira_uallace/status/1305588899218153478

https://asia.nikkei.com/content/d645bae56c71f5abf4e2382fbc68136b

https://www.asiatimesfinancial.com/ccp-announces-plan-to-take-control-of-chinas-private-sector.

Texto escrito por Paulo Gala e Uallace Moreira.

CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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