Economia

IBC-Br registra avanço de 0,69% em novembro

17 jan 2022, 9:16 - atualizado em 17 jan 2022, 10:27
Banco Central
Na comparação com novembro de 2020, o IBC-Br registrou alta de 0,43%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 4,30%, de acordo com números observados (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A atividade econômica brasileira voltou a crescer em novembro depois de quatro quedas seguidas e no ritmo mais forte desde fevereiro, apontando para alguma retomada no fim de 2021, de acordo com dados do Banco Central.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve alta de 0,69% em novembro na comparação com outubro, segundo dado dessazonalizado informado pelo Banco Central nesta segunda-feira.

O resultado foi o primeiro no azul desde junho, e o mais forte desde a alta de 1,67% vista em fevereiro de 2021. O dado de novembro ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,65%%.

O BC ainda revisou para cima o resultado de outubro para uma queda de 0,28%, de recuo de 0,4% informando anteriormente.

Apesar do resultado positivo em novembro, os dados do IBC-Br mostram um vaivém no desempenho econômico, com cinco meses apresentando resultado positivo e seis, com quedas mensais.

“Apesar da alta, a perspectiva para a economia continua preocupante. O aperto das condições monetárias junta-se ao avanço da variante Ômicron e deve impactar negativamente tanto a indústria quanto serviços”, afirmou em nota Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais.

Na comparação setembro de 2020, o IBC-Br registrou alta de 0,43%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 4,30%, de acordo com números observados.

O avanço da vacinação contra a Covid-19 favoreceu a economia brasileira, principalmente o setor de serviços, mas o cenário vem sendo impactado pela inflação muito elevada, que levou o BC a intensificar o aumento dos juros, levando a Selic aos atuais 9,25%, o que restringe o crescimento.

O IPCA fechou 2021 com alta acumulada de 10,06%, estourando com força o teto do objetivo oficial, que era de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Isso em meio a interrupções na cadeia de oferta global e falta de matéria-prima, alguns dos motivos que levaram a indústria nacional a apresentar queda de produção em novembro pelo sexto mês seguido.

Mas os últimos dados de varejo e serviço ajudaram a melhorar a perspectiva para o fim de 2021.

As vendas de supermercados ajudaram o varejo no Brasil a registrar crescimento inesperado em novembro de 0,6%, enquanto o volume de serviços avançou 2,4%, muito mais do que o esperado.

No entanto, a disseminação da variante Ômicron do coronavírus traz incertezas para as perspectivas, em um ano eleitoral.

“Esperamos que alguns dos setores de serviços ainda impactados pela Covid-19 se recuperem mais nos próximos meses…Entretanto, a onda da Ômicron, a inflação alta, o aumento dos juros, o ruído político elevado e a mudança incipiente no ciclo de crédito devem gerar ventos contrários à atividade no curto prazo”, alertou o diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

A pesquisa Focus realizada pelo BC com uma centena de economistas aponta que a expectativa é de que o PIB tenha crescido 4,50% em 2021, indo a 0,29% em 2022.

(Atualizado às 10:27)

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