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IBOV, convidado indesejado e Selic no preço: Tubarões com R$ 40 bi sob gestão fazem alerta para bolsa

09 ago 2023, 13:28 - atualizado em 09 ago 2023, 19:22
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Apesar de manterem certo otimismo com o Brasil, gestores fazem alguns alertas para a economia (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa, que parecia deslanchar após o corte de 0,5 ponto percentual na Selic, acima do esperado por parte de economistas e analistas, fez o movimento inverso e agora acumula perda de 2,34% nas últimas cinco sessões.

Apesar da esperança com o corte dos juros, duas das maiores e mais tradicionais gestoras do mercado, Verde Asset e JGP Asset, que juntas possuem mais de R$ 40 bilhões sob gestão, colocam pontos de atenção para a bolsa brasileira.

Veja a seguir os trechos de preocupação retirados das cartas de julho.

Selic precificada

A JGP, de André Jakurski, foi mais enfática ao afirmar que “o comportamento dos ativos brasileiros vai ter uma trajetória mais difícil, pois a curva de juros já embute uma Selic terminal muito baixa e os fatores que favoreceram o câmbio podem estar mudando”.

De acordo com a gestora, o melhor momento em termos de fluxo cambial no ano ficou para trás. No ano, o dólar despenca 7,37%.

“A balança comercial tende a ter superávits menores (até o fim do ano), pois os embarques agrícolas já foram feitos e as importações costumam aumentar no fim do ano”, discorre.

Para a JGP, a inflação baixa de junho e julho não deve se repetir nos próximos meses, “apesar de o cenário ainda ser favorável”.

“É de se esperar que a contribuição favorável do câmbio para a inflação seja declinante daqui para a frente. Além disso, a contribuição da agricultura para redução dos preços de alimentos também costuma ter seu melhor momento no meio do ano, com a colheita e embarque da safra de grãos”, coloca.

Diante do cenário, a gestora favorece a compra de títulos atrelados a inflação (NTN-Bs), “pois ainda contam com um juro real elevado e o “carrego” da inflação para a frente tende a ser maior do que nos últimos meses”.

Convidado indesejado

Já a Verde Asset sinalizou em sua carta que um convidado indesejado ameaça voltar para a festa. Trata-se do petróleo tipo Brent, que subiu 12% depois de ter subido +5.1% em junho, fechando próximo de US$ 85 o barril.

“No atual equilíbrio macro, altas do preço de energia são particularmente perniciosas, pois aumentam a inflação, e, portanto, forçam os bancos centrais a taxas de juro ainda mais altas, ao mesmo tempo que roubam renda real discricionária do consumidor, prejudicando equilíbrios frágeis para o crescimento econômico”, coloca.

Para a Verde, é possível que o petróleo continue subindo, “dado que o mercado físico de petróleo pela primeira vez no ano mostra de fato um aperto importante nas condições do lado da oferta”.

“Porém não vemos upside substancial, dado que tais condições têm sido criadas por um corte importante de produção da Arábia Saudita, corte este que deve ser revertido conforme nos aproximemos de algo como US$ 100/barril”, completa.

Mesmo assim, a gestora acredita que o processo de realocação de portfólio do investidor brasileiro deve ganhar fôlego a partir de agora, “ajudando a suportar os preços dos ativos locais especialmente ações e crédito”.

O fundo mantém pequena exposição vendida em bolsa global, e reduziu sua alocação em bolsa brasileira, após alguns nomes atingirem preços com menor retorno prospectivo.

Além disso, iniciou uma alocação vendida no dólar contra o real, e uma posição comprada na Rúpia Indiana contra o Renminbi Chinês.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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