Ibovespa tem alta com Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3) e Wall Street; dólar cai a R$ 5,50

O Ibovespa (IBOV) acompanhou a retomada de apetite por risco dos Estados Unidos, com expectativas de corte nos juros na maior economia do mundo. As negociações tarifárias entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto continuaram a movimentar o pregão, além dos balanços corporativos.
Nesta segunda-feira (4), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,40%, aos 132.971,20 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5063, com baixa de 0,71%.
No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que deverá conversar com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ainda nesta semana.
“Eu creio que essa semana nós vamos poder conversar, a Fazenda anseia por esse encontro há algumas semanas. O anúncio da semana passada trouxe bastante tranquilidade para uma série de setores, mas há outros setores que estão aflitos com a manutenção de uma tarifa exorbitante de 50%”, disse Haddad.
Os investidores também repercutiram novos dados do mercado de trabalho.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil criou 166.621 vagas formais de trabalho em junho, abaixo do esperado pelos economistas e uma desaceleração frente ao mesmo período do ano anterior.
Já o Boletim Focus mostrou a redução das projeções para inflação pela 10ª semana consecutiva. Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) cortaram a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,09% para 5,07% em 2025 e de 4,44% para 4,43% em 2026.
Altas e quedas no Ibovespa
A recuperação das ações do Banco do Brasil (BBAS3) trouxeram fôlego ao Ibovespa. Depois de cair quase 7% na última sexta-feira (1º), os papéis do banco figuraram como os mais negociados na B3 e fecharam com alta de mais de 2%.
Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) acompanhou o desempenho do minério de ferro e fechou em tom positivo. O contrato futuro mais líquido da commodity, para setembro, subiu 0,76%, a 790,50 yuans (US$ 109,61) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China.
Já Petrobras (PETR3; PETR4) recuou na esteira do petróleo. Os contratos mais líquidos do Brent, referência internacional de preços, recuaram 1,30%%, a US$ 68,76 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. A commodity foi pressionada pelo aumento da produção pela Organização dos Países Exportadores do Petróleo e Aliados (Opep+).
A ponta positiva do Ibovespa, porém, foi liderada por RD Saúde (RADL3). As ações da dona das redes de farmácias Raia e Drogasil foi impulsionada pela expectativa para os resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) e para a comercialização dos medicamentos genéricos do Ozempic a partir do segundo semestre de 2026.
Já BRF (BRFS3) figurou como a ação com pior desempenho da sessão. A queda veio com a notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu reclassificar para rito ordinário a análise da fusão entre BRF e Marfrig (MRFG3), após identificar potenciais riscos à concorrência no mercado de carne bovina in natura.
A decisão veio após recurso da Minerva (BEEF3), que entrou no processo como parte interessada.
- VEJA TAMBÉM: Money Picks traz as principais recomendações do mercado para o mês; acesse gratuitamente
Os índices de Wall Street fecharam em forte alta com expectativas de início do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed) após o payroll vir mais fraco do que o esperado na última sexta-feira (1º).
Perto do fechamento, o mercado apostava em 92,1% de chance de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base na próxima reunião, em setembro. Na sexta-feira, a probabilidade era de 80,3%, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Hoje, os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Com o avanço, o S&P 500 interrompeu a sequência de quatro sessões consecutivas de perdas.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +1,34%, aos 44.173,64 pontos;
- S&P 500: +1,47%, aos 6.329,94 pontos;
- Nasdaq: +1,95%, aos 21.053,58 pontos.
Na Ásia, os índices encerraram sem direção única com as tarifas de Trump ainda no radar. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, caiu 1,25%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 0,92%.
Na Europa, os mercados fecharam a sessão em forte alta em recuperação das perdas da semana anterior e na expectativas de balanços corporativos. O Stoxx 600 fechou com alta 0,90%, aos 540,60 pontos,