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Ibovespa em 2022: Guide eleva projeção para 130 mil pontos; entenda o porquê

21 mar 2022, 14:27 - atualizado em 21 mar 2022, 14:27
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Ibovespa está justamente na fase da “esperança”, com os investidores comprando ações na expectativa de que o pior já está ficando para trás, avalia Guide (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A Guide Investimentos elevou a projeção do Ibovespa de 120 mil para 130 mil pontos em 2022, sob perspectiva de que o índice conseguirá se manter em alta com o fim do ciclo de aumento da taxa de juros no Brasil e a recuperação dos lucros das empresas, principalmente das produtoras de commodities.

De acordo com Fernando Siqueira, diretor do time de análise da corretora, a tendência de recuperação do Ibovespa deve seguir ao longo dos próximos trimestres, dado o último movimento de queda das ações.

Segundo o especialista, o mercado acionário brasileiro já passou pela “fase do desespero”, caracterizada pelas perdas acentuadas dos preços dos ativos, mesmo quando o valuation já parecem baixo.

“Após a queda forte, os preços dos ativos começam a se recuperar, normalmente um pouco antes do fim da recessão. Nesta fase inicial de recuperação, chamada de ‘esperança’, os preços dos ativos sobem substancialmente num período relativamente curto, entre nove e doze meses”, explica.

Na avaliação da Guide, o Ibovespa está justamente na fase da “esperança”, com os investidores comprando ações na expectativa de que o pior já está ficando para trás.

Recuperação liderada por commodities

Siqueira destaca que a situação atual vivida pelo Ibovespa se assemelha ao ciclo de 2002-2008, quando o Brasil passava por um cenário de inflação e juros elevados e preços de commodities em alta.

O especialista lembra que, na época, a recuperação do mercado de ações brasileiro começou no setor de commodities, antes do fim do ciclo de aumento de juros e de três a seis meses antes do início recuperação econômica (antes do fim da recessão).

“Tanto no ciclo de 2002 quanto no ciclo de 2016, as commodities tiverem impacto importante na recuperação do Ibovespa. Também naquele ciclo os investidores estavam reduzindo posições em empresas de tecnologia, e a China está em processo de afrouxamento monetário (estimulando o crescimento)”, diz Siqueira.

A Guide ainda destaca que o Brasil, por estar no fim do ciclo de aperto monetário e os países desenvolvidos começarem a adotar uma postura mais contracionista só agora, o mercado tem conseguido atrair capital nos últimos meses e pode continuar nessa linha mais pela frente.

Crescimento de lucros

As empresas brasileiras devem observar um crescimento nos lucros, mesmo diante da contração do PIB (Produto Interno Bruto)e com as eleições para a presidência – até porque a Guide vê impacto menor do período eleitoral neste ano, já que os dois candidatos com mais chances de vitória (Lula e Bolsonaro) “não devem promover grandes mudanças na política econômica”.

Mesmo desconsiderando as commodities, os lucros das empresas listadas na Bolsa tem crescido, ainda que em ritmo mais lento, afirma Siqueira.

O head de research da Guide acredita que nomes mais orientadas ao mercado local devem apresentar resultados mais robustos no fim de 2022 e em 2023, à medida que a recuperação econômica ganha força.

Segundo Siqueira, a porcentagem de empresas com revisões positivas nas estimativas de lucros voltou a ficar acima de 50% no ano.

“Após um período de crescimento muito baixo e muitas revisões negativas de lucros, os números voltaram a melhorar em 2022”, diz o especialista.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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