Mercados

Ibovespa fecha na máxima do dia e fica perto de 121 mil pontos com aval externo

25 ago 2021, 17:10 - atualizado em 25 ago 2021, 17:51

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, favorecido pelo cenário externo, com novas máximas em Wall St, embora persista o desconforto com a situação político-fiscal no país.

Índice de referência da bolsa brasileiro, o Ibovespa subiu 0,5%, a 120.817,71 pontos, revertendo a fraqueza de parte da sessão, chegando a cair a 119.225,93 pontos.

O volume financeiro no pregão somou 24,8 bilhões de reais.

Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,2%, para uma nova máxima histórica, assim como o Nasdaq, que subiu 0,15%, sem notícias para minar o sentimento positivo no mercado.

A atenção no exterior está voltada ao simpósio do Federal Reserve, em Jackson Hole, principalmente a fala do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, que pode trazer sinais sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.

No Brasil, na visão do diretor da plataforma de análises Ohmresearch, Roberto Attuch, sinalizações de que o Congresso Nacional será responsável fiscalmente ajudaram a estabilizar a bolsa, embora o país viva um momento difícil.

O estresse político-institucional e as discussões sobre um aumento do Bolsa Família e a questão precatórios, segundo ele, tendo no horizonte a eleição presidencial em 2022, têm minado as perspectivas fiscais e prejudicado o mercado doméstico.

Apesar do bom momento no exterior, com índices renovando máximas, “a bolsa brasileira está sofrendo em função de fatores domésticos, basicamente o político contaminando a questão fiscal”, afirmou.

A pauta macro do dia teve forte crescimento na arrecadação federal no mês passado, mas aceleração da prévia da inflação oficial em agosto e aumento da dívida pública federal em julho.

Do ponto de vista gráfico, o Itaú BBA afirmou que o Ibovespa segue em recuperação, com resistências em 121.300 e 123.600 pontos. “Importante acompanhar se a evolução desse movimento conseguirá tirar o índice da tendência de baixa de curto prazo.”

Destaques

Suzano (SUZB3) subiu 5,44%, ampliando a alta em agosto para mais de 15%, em meio a percepções de analistas de que o pior pode ter ficado para trás em termos de pressão no preço de celulose.

Klabin (KLBN11) ganhou 3,9%.

Braskem (BRKM5) avançou 3,92%, após o Santander reiterar recomendação de compra para as ações e elevar o preço-alvo de 58 para 70 reais, avaliando que o momento positivo para os spreads petroquímicos continuará, e que a empresa deve se beneficiar de aspectos operacionais até 2022.

Os analistas do banco também avaliam que a forte geração de caixa e menos alavacagem devem se traduzir em dividendos.

Petrobras (PETR4) subiu 0,54%, com o petróleo firmando-se no exterior. O noticiário sobre a companhia incluiu o pagamento da primeira parcela da antecipação da remuneração aos acionistas referente a 2021, e a solicitação de acionistas para adoção de voto múltiplo em eleição para conselho de administração.

Além disso, a EIG Global Energy Partners enviou à Petrobras oferta vinculante de centenas de milhões de dólares pelos gasodutos TBG e TSB, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Vale (VALE3) recuou 0,21%, retomando o viés negativo após uma trégua na véspera, quando fechou em alta de 3,65%, na maior alta percentual diária desde o começo de maio. Nem a alta dos futuros do minério de ferro na China evitou o declínio.

No setor de mineração e siderurgia, o destaque negativo foi CSN (CSNA3), que encerrou em baixa de 2,31%.

Banco Inter (BIDI11) caiu 4,42%, pior desempenho entre os bancos do Ibovespa, que tiveram um fechamento misto, com Itaú Unibanco (ITUB4)  subindo 0,13% e Bradesco (BBDC4) avançando 0,17%.

Americanas (AMER3) recuou 1,35%, após forte valorização na véspera, quando subiu quase 10%.

No setor de e-commerce, Magazine Luiza (MGLU3) avançou 1,61% e VIA (VVAR3) cedeu 0,27%.

Em Nova York, Mercado Livre valorizou-se 0,9%, tendo de pano de fundo a compra da plataforma de entrega de encomendas Kangu, ampliando a aposta em logística própria como diferencial na América Latina.

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