Mercados

Ibovespa fecha maio na máxima histórica, acima dos 126 mil pontos

31 maio 2021, 17:19 - atualizado em 31 maio 2021, 17:51
Ibovespa
Em maio, o índice acumulou elevação de 6,16%, passando a mostrar acréscimo de 6,05% no ano (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

O Ibovespa (IBOV) fechou maio em novas máximas históricas, emendando o terceiro mês de alta e contrariando o ditado ‘sell in May and go away’ (venda em maio e vá embora), comum em Wall Street.

O principal índice da bolsa paulista subiu 0,52% nesta segunda-feira, a 126.215,73 pontos, máxima da sessão e renovando recordes de fechamento e intradia.

O volume financeiro somou 21,65 bilhões de reais, abaixo da média diária recente, em dia sem a referência das bolsas dos Estados Unidos.

Em maio, o índice acumulou elevação de 6,16%, passando a mostrar acréscimo de 6,05% no ano.

Como pano de fundo dessa performance, estrategistas veem o efeito global de reabertura da economia em algumas regiões do mundo, a alta de commodities e a melhora no ambiente político para reformas estruturais pelo Congresso no Brasil.

De acordo com o estrategista-chefe do Itaú BBA, Marcelo Sa, a melhora do ritmo de vacinação no mundo gerou uma reabertura mais rápida em alguns países, como nos EUA, que estão voltando à vida normal.

“O mercado começa a ver quando o Brasil vai chegar nessa fase…e acaba se antecipando”, afirmou, chamando a atenção para a quantidade de doses de vacinas aguardada para a segunda metade do ano, que deve ser um catalisador importante para a bolsa.

Em paralelo, Sa avalia que houve um melhora na coordenação política entre governo e o Congresso, ilustrada pela aprovação da medida provisória de privatização da Eletrobras (ELET3)na Câmara dos Deputados.

“Eletrobras foi um ponto importante pra dizer que existe predisposição do Congresso de aprovar algumas pautas. Não sei se vai aprovar tudo o que o governo quer, mas tem algumas pautas que podem sair”, afirmou.

Além disso, corrobora a trajetória benigna a percepção de um efeito negativo menor na economia brasileira da segunda onda de Covid-19, apesar da situação sanitária ainda grave.

A temporada de balanços corporativos do primeiro trimestre mostrou muitos números acima das expectativas, referendando prognóstico positivo sobre a saúde das empresas e da economia.

Mesmo um dos principais focos de atenção dos mercados no mundo, a política monetária do Federal Reserve, respaldou por ora o ambiente elevado de liquidez global, com autoridades norte-americanas reiterando a necessidade de estímulos.

Alguns membros do Federal Reserve, contudo, já começaram a sinalizar algum desconforto e a necessidade de revisão, o que tende a manter viva a discussão sobre quanto da alta da inflação é transitória ou estrutural.

A entrada líquida de recursos estrangeiros no mercado de ações brasileiro em maio, excluindo as ofertas públicas, foi de 10,8 bilhões de reais, conforme dados disponíveis até o dia 27.

Do ponto de vista setorial, bancos responderam por uma relevante contribuição para o desempenho do Ibovespa em maio, com pesos pesados como Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) acumulando altas de 7,54% e 11,11%, respectivamente.

Destoando, Banco Inter (BIDI11), que estreou no Ibovespa em maio, perdeu 11,53%, sem conseguir reverter as vendas após máximas no dia 3, em meio a anúncios incluindo planos para listar na Nasdaq e acordo com a StoneCo.

Muitos papéis renovaram máximas históricas nesse mês, com Vale (VALE3), atingindo 120,45 reais antes de passar por uma correção com o ajuste nos preços do minério de ferro na China. Ainda assim, a ação garantiu alta de 5,28% em maio.

Outras siderúrgicas e mineradoras passaram por ajuste mais forte, com Usiminas (USIM5) caindo 11,51%, embora ainda acumule elevação de 36,76% em 2021.

Petrobras (PETR4) contabilizou valorização mensal de 13,76%, apoiada na recepção amistosa das declarações e ações do novo comando da estatal.

Ainda assim, não recuperou o patamar anterior a ruídos envolvendo sua política de preços.

As altas do Ibovespa em maio foram lideradas pela empresa de geração de energia Eneva (ENEv3), com +25,84%, a companhia de alimentos BRF (BRFS3), com +23,91%, e a empresa de meios de pagamentos Cielo (CIEL3), com +23,15%.

A produtora de papel e celulose Suzano, com perda de 11,56%; o Banco Inter, com declínio de 11,53%; e a siderúrgica Usiminas, com recuo de 11,51%, responderam pelas maiores perdas.

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