Mercados

Ibovespa fecha em baixa e tem maior queda semanal desde início da pandemia

22 out 2021, 17:16 - atualizado em 22 out 2021, 18:18
Ibovespa
O Ibovespa teve baixa de 1,24%, aos 106.399,07 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Manifestações de apoio do presidente Jair Bolsonaro estancaram rumores sobre demissão do ministro da Economia nesta sexta-feira e amenizaram perdas das ações brasileiras, mas o principal índice da Bovespa registrou a pior semana desde o início da pandemia.

Com perda de 1,34%, o Ibovespa (IBOV) desceu aos 106.296,18 pontos, nova mínima desde novembro passado, após ter chegado a cair mais de 4,5% durante a sessão. Ainda assim, contabilizou perda de 7,28% na semana, a pior desde a desvalorização de 15,6% na semana fechada em 13 de março de 2020, no começo da pandemia.

A forte volatilidade voltou a turbinar o volume financeiro, que somou 53,9 bilhões de reais na sessão.

O dia começou com o mercado especulando sobre a saída de Guedes, após a demissão do secretário especial do Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.

As saídas ocorreram após a aprovação da mudança do teto dos gastos para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil até o fim de 2022.

Após apoio público de Bolsonaro, Guedes negou que as medidas sejam violação do compromisso com a responsabilidade fiscal.

Na ponta do lápis, porém, o saldo da semana foi uma piora generalizada das perspectivas econômicas, com bancos prevendo que já na semana que vem o Banco Central vai intensificar o ritmo de aumento da Selic, hoje em 6,25% ao ano, para fazer frente à piora no quadro fiscal.

“Não tem almoço grátis: fim do teto de gastos vai afetar o PIB e a inflação”, resumiu o Credit Suisse em relatório.

O quadro econômico dividirá as atenções do mercado com o início da temporada de balanços do terceiro trimestre que começa neste noite com Hypera, com Vale, Petrobras, Gerdau, Assaí e Santander Brasil, entre outros, revelando seus números do período e projeções para os próximos meses na próxima semana.

Destaques

Getnet (GETT11) derreteu 15,5% com a empresa de pagamentos do Santander na terceira sessão seguida no vermelho, agora pela primeira vez abaixo de seu valor de estreia na B3, na última segunda-feira.

Banco Inter (BIDI11) desabou 6,65%, Banco Pan (BPAN4) perdeu 2,5%, com os bancos digitais saindo do radar dos investidores num cenário de juros em elevação, justo no momento em que ampliavam apostas no crédito.

Americanas (AMER3) declinou 4,8% e Lojas Renner (LREN3) perdeu 4%, diante da rápida deterioração das expectativas para o cenário das empresas ligadas ao consumo doméstico.

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) diminuíram em 3,8% cada, Banco do Brasil (BBAS3) encolheu 3%, com os bancos refletindo diretamente a piora do panorama macro, uma vez que uma eventual piora na nota de crédito soberana do país teria impacto imediato no setor.

Suzano (SUZB3) disparou 7,3%, uma vez que investidores buscaram ações de grandes exportadoras como um porto seguro num momento de alta volatilidade do mercado.

No setor, Klabin (KLBN11) ganhou 7,6%, após o Bank of America reforçar recomendação de compra para a ação.

Vale (VALE3) subiu 1,2%, mesmo em dia de queda dos preços do minério de ferro, uma vez que o pagamento de um cupom de dívida da incorporadora Evergrande amenizou temores de crise no setor imobiliário chinês, principal mercado da companhia.

No setor de siderurgia, Gerdau (GGBR4) teve alta de 0,6%, Usiminas (USIM5) ganhou 1,3% e Csn (CSNA3) teve oscilação positiva de 0,1%.

BB Seguridade (BBSE3) cresceu 0,8%, uma vez que a aceleração da Selic tende a beneficiar a carteira de títulos detida pela seguradora.

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