Mercados

Ibovespa fecha estável com Fed mais “manso” em relação aos juros

25 maio 2022, 17:06 - atualizado em 25 maio 2022, 18:18
Ibovespa
O humor do mercado mudou após a ata do Federal Reserve  (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) encerrou a sessão desta quarta-feira (25) estável, a 110.579,81 pontos.

Os mercados receberam bem a ata do Fed publicada na tarde. No documento, o comitê intensificou a preocupação com a persistência inflacionária e deixou o caminho em aberto para aumentos de 0,5 ponto percentual nas duas próximas reuniões.

“Apesar de a ata confirmar a preocupação com o aumento nos preços e a possibilidade de aumento dos juros acima do neutro, o mercado parece menos volátil e as bolsas mostram ligeira recuperação”, coloca André Meirelles, da InvestSmart XP.

A prévia do IPCA 15 divulgado ontem, mostrando que a inflação segue elevada para o ano de 2022, também repercutiu.

“Se o IPCA 15 tivesse vindo bem mais baixo e a inflação no acumulado do ano ficasse menor que os atuais 12,13%, teria sido um respiro para o mercado”, diz Rodrigo Simões, economista da Faculdade do comércio de São Paulo.

Entre as ações, Via (VIIA3) disparou e Inter (BIDI11) liderou as quedas.

Para o economista do MUFG, o momento positivo do Ibovespa nas últimas sessões deve-se a essa leitura de que o aperto monetário nos EUA não será tão agressivo quanto se temia, o que traz perspectiva positiva para commodities e para o índice como um todo.

Além disso, ele cita uma perspectiva melhor para economia brasileira, ao menos no curto prazo, na esteira de diversas revisões altistas de crescimento econômico no ano por analistas.

Na cena local, potencial votação na Câmara dos Deputados de proposta que fixa teto de 17% para a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica segue no radar.

Notícias que movimentaram o Ibovespa

Ata do Federal Reserve

Todos os participantes da reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos de 3 a 4 de maio apoiaram um aumento de juros de 0,50 ponto percentual para combater a inflação, que eles concordaram ter se tornado uma grande ameaça para o desempenho da economia norte-americana, e que poderia subir ainda mais sem a ação do Federal Reserve, apontou a ata do encontro.

A elevação de juros de 0,50 ponto percentual neste mês foi a primeira desse tamanho em mais de 20 anos, e colocou o Fed em uma trajetória de rápido aperto da política monetária, com “a maioria dos participantes” julgando que mais ajustes de 0,50 ponto seriam “provavelmente apropriados” nas próximas reuniões do banco central, em junho e julho, de acordo com a ata divulgada nesta quarta-feira.

Destaques

Petrobras (PETR3;PETR4) subiu 1,4% diante de leve alta nos preços do petróleo Brent. 3R Petroleum (RRRP3) avançou 3,1%, a quinta alta seguida, e PetroRio (PRIO3) fechou 1% no positivo.

Santander Brasil (SANB11) caiu 2,6%, Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,8%, Bradesco (BBDC4) cedeu 1,1% e  Banco do Brasil (BBSA3) recuou 0,6%. Ainda no setor financeiro, B3 desvalorizou-se 0,9%.

Vale (VALE3) exibiu alta de 0,3% e siderúrgicas fecharam em direções distintas. Os contratos futuros de aço em Xangai não registraram grandes alterações de preços, com preocupação por lockdowns na China contrapondo medidas de estímulos econômicos. Contratos do minério de ferro fecharam com acréscimo de 0,4% em Dalian, mas caíram no mercado à vista para entrega na China, segundo dados da consultoria SteelHome.

MRV (MRVE3) mostrou valorização de 3,8%, após analistas do Credit Suisse elevarem a recomendação da ação a “outperform”. Além disso, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que a subsidiária da empresa nos EUA planeja investir 6 bilhões de reais nos próximos cinco a seis anos e deve ganhar um sócio nos próximos três a quatro meses. Noticiário do setor envolvendo ampliação dos financiamentos para o programa Casa Verde e Amarela também ficou no radar.

Lojas Americanas (AMER3) estendeu queda da última sessão e apontou recuo de 4,3%. VIA ON cresceu 6,3%, a quinta alta seguida e a nona nos últimos dez pregões.

Carrefour Brasil (CRFB3) mostrou baixa de 1,2%. O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição do Grupo BIG pela empresa, mas com restrições que já tinham sido acordadas pelas companhias junto ao órgão de defesa da concorrência.

SulAmérica (SULA11) expandiu 3,7% e Rede D’Or (RDOR3) avançou 3,5%. A seguradora está em processo de venda à rede de saúde.

CPFL Energia (CPFE3) teve queda de 2,4%, após analistas do JPMorgan revisaram as recomendações para o setor de energia elétrica e rebaixaram a recomendação do papel a “neutra”. ISA CTEEP PN, que não faz parte do Ibovespa, perdeu 2,1% após ser rebaixada a “underweight”, enquanto AES Brasil (AESB3), outra que não compõe o índice, registrou ganhos de 2,1% após ser elevada a “neutra”.

ARCO disparou 11,4% em Nova York, após a empresa brasileira de educação divulgar resultados na véspera.

Com Reuters

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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