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O que fez Ibovespa (IBOV) ir na contramão de Wall Street e cair nesta segunda?

20 mar 2023, 17:21 - atualizado em 20 mar 2023, 17:25
Ibovespa
Ibovespa se afasta de Wall Street e cai, com o mercado à espera do novo arcabouço fiscal (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) começou a semana no negativo, destoando-se dos índices acionários dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (20), fechou em queda de 1,04%, a 100.922,89 pontos.

Investidores voltaram do fim de semana com a notícia de que o UBS Group comprou sua concorrente Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões, valor três vezes maior que a oferta inicial.

A repercussão foi bem negativa, principalmente para as ações do Credit Suisse, que despencaram mais de 50% hoje. Isso porque US$ 17 bilhões em títulos de dívida da instituição passaram a valer zero com o acordo de venda para o UBS.

O temor de risco bancário segue alto e impacta as perspectivas em relação ao ciclo de aperto monetário nas principais economias do mundo. Nos Estados Unidos, os mercados norte-americanos se preparam para uma semana decisiva. Autoridades monetárias do país vão se reunir para discutir os próximos movimentos sobre a taxa de juros.

Ainda há muita incerteza entre os economistas quanto à postura do Federal Reserve (Fed). O banco central deve considerar a situação dos bancos ao mesmo tempo que avalia os níveis elevados de inflação.

Pelo movimento dos mercados hoje, investidores parecem avaliar a expectativa de os juros dos Estados Unidos não subirem nesta semana, destaca Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos.

Brasil na contramão

Por que, então, o Ibovespa foi na contramão de Wall Street e caiu?

Brasil explica que o principal fator por trás da queda é o temor em relação ao novo arcabouço fiscal. A princípio, a nova regra fiscal sugere usar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita como referência para despesa.

“O mercado não sabe quando nem como vai vir o arcabouço. […] Vemos um estresse dos investidores em torno desse assunto, que tem gerado ansiedade no mercado. Se vai ser furado o teto de gastos, se não vai, como é que isso vai ser vai ser feito. São diversas indefinições”, destaca o especialista.

Nesta segunda, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, apresentou a proposta aos líderes do Congresso. Haddad deve voltar a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o tema antes da divulgação oficial.

Investidores locais também estão em modo de espera pelo resultado da reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB). Na quarta, será definido o destino da Selic, a taxa básica de juros do país.

A expectativa é de que a Selic se mantenha em 13,75%, patamar em que está estacionada desde agosto de 2022.

Altas e baixas

Os papéis da Hapvida (HPAV3) despencaram 8,02%. O mercado continua preocupado com os elevados níveis de sinistralidade do setor de saúde. No caso da empresa, o risco de insolvência e a possibilidade de um aumento de capital jogam pressão sobre as ações.

A JBS (JBSS3) caiu 7,27%, seguida por Alpargatas (ALPA4) e Eztec (ETZC3), que caíram mais de 6% cada.

De alta, as ações da São Martinho (SMTO3) dispararam mais de 4%. A CSN Mineração (CMIN3), subiu 1,52%, apesar da baixa nos preços do minério de ferro. Em movimento semelhante, a Vale (VALE3) avançou 0,82%.

Os papéis da Petrobras (PETR4) recuaram 2,47%. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos de funcionários da estatal aprovaram uma paralisação na próxima sexta (24), em protesto contra a venda de ativos da companhia.

Os bancos apresentaram pregão misto nesta segunda. Bradesco (BBDC4) caiu 1,73%.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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