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Ibovespa (IBOV) encerra sessão volátil estável; Petrobras (PETR4) sobe mais de 1%

20 jun 2022, 17:06 - atualizado em 20 jun 2022, 19:44
Petrobras
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20) a renúncia de José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente da companhia (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão volátil desta segunda-feira (20) estável, sem o suporte de Wall Street.

O principal índice da Bolsa brasileira fechou com valorização de 0,03%, a 99.852,67 pontos, após mínimas desde novembro de 2020.

O volume financeiro somou R$ 21,2 bilhões, abaixo da média diária do mês, de R$ 31,7 bilhões.

Sem o apoio das Bolsas norte-americanas, que estão fechadas por conta do feriado nos Estados Unidos, o Ibovespa iniciou uma trajetória de queda no início do dia, refletindo o desempenho das commodities, em especial petróleo e minério de ferro, e da notícia de renúncia do presidente da Petrobras (PETR3;PETR4).

O índice conseguiu se recuperar com a ajuda dos bancões, com destaque para o Itaú Unibanco (ITUB4), que fechou em alta de 4,35%.

A Vale (VALE3), por outro lado, caiu mais de 2%. Outras mineradoras seguiram a mesma tendência baixista devido à queda dos contratos do minério de ferro negociados na China.

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Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Minério de ferro despenca

O minério de ferro estendeu as perdas nesta segunda. O contrato mais negociado na bolsa de Dalian, para entrega em setembro, despencou 11% hoje, a 746 yuanes (ou US$ 111,60) a tonelada, vindo de uma perda de 6% na sexta.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho para o ingrediente siderúrgico recuou 8%, para US$ 110,40 a tonelada.

O principal motivo da pressão baixista é a China, que ainda tenta conter os surtos de Covid-19 no país. Traders também estão preocupados com um possível colapso do consumo de aço na região, já que a demanda continua fraca e o estoque do material só aumenta.

Renúncia do presidente da Petrobras

Na manhã desta segunda, a Petrobras anunciou a renúncia de José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente da companhia.

José Mauro Coelho pediu demissão três dias após o novo reajuste da Petrobras, sob pressão do governo Bolsonaro, que o indicou para a posição após Adriano Pires desistir de assumir o comando da empresa.

As ações da petroleira chegaram a ter suas negociações suspensas duas vezes pela B3 hoje, uma no início da abertura e outra por volta das 10h50, após operarem em queda de mais de 3%.

Os papéis da Petrobras encerraram o dia em alta de 0,87% (ordinárias) e 1,14% (preferenciais).

Na sexta, a Petrobras anunciou um novo reajuste dos preços dos combustíveis, que passou a vigorar no último sábado.

O preço médio de venda da gasolina da estatal para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, enquanto o preço médio de venda do diesel subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

O novo reajuste teve repercussão imediata entre os membros do Congresso, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pedindo a renúncia imediata de José Mauro Coelho.

Lira também falou sobre a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da estatal, uma vez que uma maior tributação poderia ser revertida em recursos à população. Isso pressionaria os dividendos da companhia e, por consequência, as ações.

Destaques da Bolsa hoje

PETROBRAS PN (PETR4) encerrou com acréscimo de 1,14%, a R$ 27,62, após apurar uma mínima em quase três meses no pior momento do dia. A melhora seguiu o anúncio de que o diretor-executivo de exploração e produção, Fernando Borges, ocupará o cargo interinamente. Apesar do respiro, as ações ainda contabilizam uma perda de cerca de 8% no mês. Investidores seguirão atentos aos próximos movimentos envolvendo a companhia, dado o receio com eventual interferência política.

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) saltou 4,35% e BRADESCO PN (BBDC4) avançou 2,65%, oferecendo suporte relevante para o Ibovespa, em sessão bastante positiva entre os grandes bancos. SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) valorizou-se 2,13% e BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) fechou em alta de 0,76%.

VALE ON (VALE3) caiu 2,47% após o preço do minério de ferro despencar na Ásia com o aumento dos temores sobre uma queda do consumo de aço na China. Os contratos futuros de minério de ferro em Dalian caíram 11%, no limite permitido pela bolsa para variação diária dos preços, enquanto os contratos de Cingapura recuaram até 8%. No pior momento, os papéis da companhia chegaram a perder 4%.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) disparou 8,4%, experimentando um repique após tocar mais cedo mínima intradia desde fevereiro de 2018, a R$ 2,32. Ainda assim, as suas ações caminham para a pior performance trimestral desde o IPO, acumulando desde o começo de abril até o momento uma perda de mais de 60%. No setor, VIA ON (VIIA3) avançou 2,26% e AMERICANAS ON (AMER3) desvalorizou-se 1,55% – ambas contabilizam declínios de cerca de 45% e 59% desde o começo de abril.

WEG ON (WEGE3) avançou 5,56%, a R$ 24,10, tendo de pano de fundo relatório de analistas do BTG Pactual que elevou a recomendação dos papéis para “compra”, com preço-alvo de R$ 40. Entre outros fatores, eles destacaram que a forte queda neste ano reduziu bastante o prêmio dos papéis em relação aos pares globais da companhia, que eles consideravam exagerado, oferecendo um ponto de entrada.

NATURA&CO ON (NTCO3) recuou 7,61%, para R$ 13,35, mínima de fechamento desde setembro de 2018. A Jefferies cortou a recomendação dos papéis para “manter”, citando que a variabilidade de desempenho e as mudanças significativas de liderança reduziram a visibilidade e a confiança. O preço-alvo também foi reduzido de R$ 20 para R$ 16. Eles acrescentaram que, na maioria de seus modelos de valuation, as ações parecem baratas, mas que eles têm dificuldade de avaliar as estimativas com convicção. No mês, a ação acumula uma queda ao redor de 19%.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.