Bula do Mercado

Ibovespa segue sem alívio em meio à escalada da tensão eleitoral

27 out 2022, 8:00 - atualizado em 27 out 2022, 8:15
Mercados
Ibovespa segue sem ter nenhuma sessão de alta na semana que antecede o domingo de eleições e a escalada da tensão eleitoral mantém a cautela nos negócios (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa segue sem ter nenhuma sessão de alta nesta semana que antecede o domingo de eleições, após cair forte ontem pelo terceiro pregão seguido. E o clima de cautela tende a seguir elevado nesta quinta-feira (27), em meio à escalada da tensão eleitoral e aos resultados decepcionantes das big techs em Nova York.  

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar o pedido da campanha de Bolsonaro na questão da propaganda em emissoras de rádio torna preocupante o caminho que o embate está tomando. Afinal, se não houve fraude eleitoral, a denúncia pode se tornar crime, caso fique comprovado que houve uma tentativa de tumultuar o pleito.   

Seja como for, a disputa acirrada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) combinada com o clima de polarização que divide o país deixa dúvidas sobre o que esperar após o resultado oficial das urnas. O receio é de que haja contestação, em uma versão mais agressiva do que se viu em 2014. 

Portanto, diante dessa situação delicada, há um risco institucional, ao menos de curto prazo. E isso inibe qualquer expectativa de recuperação da bolsa brasileira. Ao contrário, os investidores devem estar preparados para muita tensão até amanhã, sem chances de um alívio – inclusive no dólar, que ontem fechou no maior valor em quase um mês

Ibovespa também balança com exterior

Ainda mais diante do menor apetite por risco visto nos mercados internacionais, em meio à decepção com a temporada de resultados. Depois da frustração com a Alphabet, dona do Google, ontem à noite foi a vez da Meta, do Facebook. As ações da empresa de Mark Zuckerberg tombaram 20% no pré-mercado nesta manhã.  

E não é apenas em Nova York que a safra de balanços está mais fraca. O Credit Suisse reportou prejuízo bilionário no terceiro trimestre deste ano, levando as ações à lona, com queda de 15% na Europa. Dada a importância e conectividade do banco suíço ao sistema financeiro global, essas perdas não devem passar despercebidas no mercado.

De um modo geral, Wall Street e o Euronext tentam precificar uma recessão das economias norte-americana e europeia através do desempenho das empresas. A expectativa é de uma postura mais suave (“dovish”) por parte do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) no ritmo de alta dos juros para combater a inflação

Mas essa perspectiva é pouco condizente com a realidade. O BCE deve anunciar hoje uma nova alta de 0,75 ponto percentual (pp) nas suas taxas referenciais, ao passo que a aposta para a reunião do Fed em novembro prevê um quarto aumento consecutivo nessa magnitude. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve ontem a Selic em 13,75% pela segunda vez seguida.

Mas a decisão foi realmente o não-evento do dia. Com isso, para hoje, o destaque fica sendo os balanços da Ambev, antes da abertura, e da Vale, após o fechamento do pregão. A mineradora deve entregar a meta de produção de minério de ferro para o ano.

O problema é que o consumo da China pela commodity metálica já não é mais o mesmo, em meio à transição verde da economia do país. Tanto que o preço do metal caiu hoje ao nível mais baixo desde 2020, em meio à demanda fraca.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:

EUA: os futuros do Dow Jones subia 0,33%; o do S&P 500 tinha leve alta de 0,08%; enquanto o Nasdaq caía 0,39%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,46%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,75%; a de Paris perdia 0,79%, mas a de Londres avançava 0,30%;

Câmbio: o índice DXY crescia 0,38%, a 110.11 pontos; o euro caía 0,52%, a US$ 1,0034; a libra cedia 0,61%, a US$ 1,1557; o dólar oscilava com -0,01% ante o iene, a 146,37 ienes

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,079%, de 4,006% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,453%, de 4,420% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro caía 0,22%, a US$ 1.665,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,42%, a US$ 88,28 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,37%, a US$ 94,13 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em queda de 2,16% em Dalian (China), a 656,50 yuans.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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