Mercados

Ibovespa (IBOV) ameniza queda, mas não evita perdas de 2,8%; Magalu (MGLU3) despenca

05 maio 2022, 17:07 - atualizado em 06 set 2022, 3:15
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Ibovespa derreteu em meio a escalada dos juros nos Estados Unidos e no Brasil; verejistas derretem (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) derreteu 2,87%, a 105.235,68 pontos, na sessão desta quinta-feira (5) com a ressaca da super quarta-feira, quando o Federal Reserve e o Banco Central definiram as suas taxas de juros. Mais cedo, o índice chegou a cair mais de 3,4%.

Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, as perspectivas em relação ao Federal Reserve já começam a ser precificadas de maneira mais significativa.

“Já é quase consenso que teremos uma forte crise em 2022. A questão que paira no ar é qual a magnitude e intensidade da crise que teremos nesse ano”, coloca Roberto Coutinho, gestor de fundos e fundador da Escola da Fortuna.

Ele lembra que tivemos recentemente a divulgação da inflação no mês de abril, que foi a maior desde a 2ª Guerra Mundial.

“Sempre que temos esse pânico no mercado com bolsas caindo tanto, a tendência é que os investidores busquem ativos mais sólidos e saiam de moedas fracas e países emergentes. É isso que ocorre mesmo em dias de pânico. Por isso, o dólar ganhou um pico tão grande em relação ao real”, coloca.

Com as perspectivas de alta de juros, varejistas e techs desabaram, como Magazine Luiza (MGLU3) e Totvs (TOTS3).

“Os juros longos subindo afetam o valuation das empresas e custo de capital das companhias fica mais alto”, coloca.

Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, disse que houve releitura do mercado sobre as declarações do Fed.

Powell “tentou vender a ideia de que a economia está forte e que teria um aperto monetário ‘suave’, além da questão de não aumentar 0,75 ponto…mas o cenário é muito incerto”, disse o analista, citando fatores como inflação global, restrições na China, desaceleração econômica nos EUA e sanções à Rússia.

“Como o mercado acha que a inflação dos EUA pode subir mais, os juros ficam pressionados”, disse o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. Na curva de juros, traders precificam 75% de chance de alta de 0,75 ponto na próxima reunião do Fed.

O Nasdaq afundou 5% e o S&P 500 caiu 3,6%.

Internamente, a indicação do BC de uma alta menor do que 1 ponto na próxima reunião, adicionou pressão aos ativos. O BC aumentou em um 1 ponto a Selic na véspera, conforme esperado.

DESTAQUES

MAGAZINE LUIZA ON despencou 10,7%, AMERICANAS (AMER3) caiu 7,2%. A produtora de softwares TOTVS desabou 11,1%, após balanço divulgado na véspera. INTER UNIT (BIDI11) recuou 9,4%. Empresas mais dependentes de crédito, como varejistas e companhias do setor tecnologia, sentiram mais intensamente o impacto do cenário sobre juros.

PETROBRAS PN (PETR3;PETR4)  registrou recuo de 0,2%, mesmo com os preços do petróleo em leve alta. A estatal divulga resultado do primeiro trimestre nesta quinta-feira.

BRF ON (BRFS3) afundou 6,5%, após a processadora de aves e suínos anunciar prejuízo de 1,58 bilhão de reais no primeiro trimestre, com impacto da inflação no consumo e nos custos operacionais no Brasil. A recomendação do papel foi cortada pelo JPMorgan a “underweight”.

GERDAU PN (GGBR4) subiu 2,3%, após resultados do primeiro trimestre e anúncio dividendos e recompra de ações. Executivos da siderúrgica projetaram sustentabilidade dos números na América do Norte e melhora nas operações no Brasil no trimestre atual. CSN ON (CSNA3) perdeu 5,9%, também após balanço, e espera margens melhores nos três meses até junho.

VALE ON (VALE3) teve queda de 1,8%, mesmo com alta dos contratos futuros de minério de ferro na China.

SUZANO ON  (SUZB3) acelerou 2,7%, em meio à alta do dólar e após operações com derivativos impulsionarem o resultado do primeiro trimestre. A empresa vê mercado global da matéria-prima com oferta restrita e custo caixa estável. KLABIN UNIT (KLBN11) avançou 1,2%.

BRADESCO PN perdeu 3,3% e ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 2,3%, em sessão também negativa para bancos.

AMBEV ON retraiu 4,3 e GPA ON diminuiu 2,8%, após as companhias divulgarem resultados.

HAPVIDA ON teve de 7,7%. Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece piso salarial para enfermeiros, mas a sanção do projeto depende da definição de uma fonte de financiamento.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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