Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV): Entenda por que o mercado agora ‘dá de ombros’ para a inflação nos EUA (CPI)

14 mar 2023, 7:53 - atualizado em 14 mar 2023, 7:53
Ibovespa abre pregão sem grandes expectativas pela inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) e de olho no Copom; entenda (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia o pregão desta terça-feira (14) sem grandes expectativas pela inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI), que sai às 9h30. Até ontem, o dado era tido como decisivo para calibrar as apostas quanto ao aumento na taxa de juros pelo Federal Reserve na semana que vem.

Porém, com a quebra do SVB, os mercados estão convictos de que o Fed não irá acelerar o passo. Agora, a chance de alta de 0,25 ponto percentual é de 76%, com o restante (24%) indicando até a possibilidade de nenhum aperto neste mês.

Portanto, a reviravolta provocada pelo colapso no Vale do Silício não apenas anulou a chance de aceleração no ritmo de aumento, para 0,50 pp. Mais que isso, os investidores agora já dão como certa uma pausa no ciclo de aperto monetário pelo Fed em breve. 

Afinal, a ação rápida e firme do Fed ao mesmo tempo em que trouxe alívio, mostrou a gravidade da situação, com os fantasmas da crise financeira de 2008 voltando a assustar. Assim, o impacto sobre o crédito e o risco de recessão nos EUA devem interromper a luta contra a alta dos preços. 

Ibovespa relega CPI e mira Copom

Daí porque o CPI hoje perde relevância. Com isso, o impacto do dado sobre Nova York e o Ibovespa hoje deve ser neutro. Ainda assim, os preços ao consumidor norte-americano devem mostrar aumento em um ritmo sólido em fevereiro, devido aos custos com habitação. 

Contudo, o foco da bolsa brasileira se desloca para as chances de cortes na taxa Selic. Isso porque a esperança lá fora em relação ao Fed também afetou as expectativas por aqui em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom). 

Até então, a possibilidade de queda no juro básico estava condicionada ao novo arcabouço fiscal, que substituirá a regra do teto de gastos. Agora, a equipe econômica liderada por Fernando Haddad (Fazenda) recebe uma ‘ajudinha’ do Fed. 

O presidente Lula deve receber a proposta ainda nesta semana, abrindo caminho para uma mudança de postura por parte do Copom. Embora a expectativa para a reunião da semana que vem seja de manutenção da Selic em 13,75%, o mercado já acredita que o Banco Central usará o comunicado e a ata para sinalizar o início dos cortes em breve. A conferir. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,43%; o do S&P 500 avançava 0,44% e o Nasdaq tinha alta de 0,35%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) crescia 0,56% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale ganhavam 1,49%, enquanto os da Petrobras caíam 0,29%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,21%; a bolsa de Frankfurt subia 0,51%, a de Paris avançava 0,20%, mas a de Londres recuava 0,22%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em baixa de 2,19%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 2,27% e a Bolsa de Xangai recuou 0,72%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,23%, 103.83 pontos; o euro cedia 0,16%, a US$ 1,0717; a libra recuava 0,26%, a US$ 1,2152; o dólar tinha alta de 0,63% ante o iene, a 134,05 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,606%, de 3,577% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,238%, de 3,985% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha baixa de 0,53%, a US$ 1.906,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 2,69%, a US$ 72,83 o barril; o do petróleo Brent cedia 2,24%, a US$ 78,97 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 0,49% em Dalian (China), a 926,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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